No Brasil, até 1980, o contexto histórico do sangue como terapia transfusional foi marcado pela remuneração da doação. Foi aos poucos incutida no imaginário coletivo, envolvendo sentimentos de troca, de favor, e não a solidariedade. A primeira Lei Federal que incentivava a doação de sangue (Lei 1.075/50) elucidava a ideia da troca da doação pelo benefício.
Foi surgindo no cotidiano das pessoas um conjunto de ideias, mitos, medos e preconceitos sobre o ato da doação. Bem como as representações sociais, que são hábitos, preconceitos, tendências que nos movem sem que disso nos apercebamos. Como resultado vão-se fortalecendo por meio da linguagem, dos gestos, das atitudes; circulam, cruzam-se e influenciam fortemente nas relações sociais.
A partir de 1989, com a Portaria Federal nº 721, que aprovou normas técnicas para disciplinar coleta, processamento e transfusão, a hemoterapia brasileira passou a ter regulamentações específicas para nortear suas atividades. Nesse percurso histórico é importante ressaltar a importância da Lei 10.205/2001, que instituiu a Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados, criando o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados (Sinasan), cujas ações devem estar sob a coordenação de órgão do Ministério da Saúde.