Insulinas Glargina e Asparte: Erros de Medicação, Riscos e Práticas Seguras na Utilização

23 de junho de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Aborda aspectos de segurança no uso das insulinas glargina e asparte, que são mais frequentemente envolvidas em erros de medicação.


O Desafio Global de Segurança do Paciente “Medicação sem Danos” (em inglês, Medication without harm), lançado em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem como objetivo geral reduzir os danos graves evitáveis relacionados ao uso de medicamentos (Leia mais no Boletim “3º Desafio Global de Segurança do Paciente”). As ações propostas para cumprir esse objetivo foram organizadas em três áreas prioritárias: polifarmácia, transição do cuidado e situações de alto risco. Para contemplar medicamentos que devem ser alvo dessas ações prioritárias, a OMS propôs o acrônimo “A PINCH”, que lista medicamentos frequentemente envolvidos em erros graves no mundo,
sendo que a letra “I” corresponde às “Insulinas”.

Insulinas Glargina e Asparte: Erros de Medicação, Riscos e Práticas Seguras na Utilização

Insulinas Glargina e Asparte: Erros de Medicação, Riscos e Práticas Seguras na Utilização.

Insulinas Glargina e Asparte

As insulinas são amplamente empregadas no tratamento do diabetes mellitus tipo 1 e tipo 27. Contudo, o manejo da insulinoterapia é desafiador e, frequentemente, está relacionado à ocorrência de erros de medicação, pois envolve conhecimento sobre: a dose e o horário corretos para sua administração; como realizar o monitoramento da glicemia e a ingesta de alimentos; e a aplicação de insulina. Erros envolvendo a administração de subdoses de insulina podem causar quadros de hiperglicemia, enquanto doses excessivas podem resultar em hipoglicemia, sendo o dano mais comum entre os usuários desse medicamento e causa frequente de visitas a serviços de emergência.

Os erros na administração de insulina usualmente decorrem do uso de dose adicional; omissão de dose; interpretação errônea dos rótulos ou das escalas de graduação de seringas ou canetas; e/ou prescrições com abreviaturas inadequadas, como “U” e “UI”, que ocasionam interpretação imprópria da dose. As insulinas, em todas as suas apresentações e tipos, são consideradas medicamentos potencialmente perigosos, e a troca do tipo de insulina ou desconhecimento acerca do seu perfil de ação, tanto pelo paciente quanto pelos profissionais de saúde, também é fator que contribui para a ocorrência de erros.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza há mais tempo a insulina NPH (de ação intermediária) e a regular (de ação rápida). Recentemente, incorporou as insulinas análogas de ação rápida (lispro, asparte e glulisina) e prolongada (glargina, detemir e degludeca). Daquelas incorporadas há menos tempo no SUS, o presente boletim abordará aspectos de segurança no uso das insulinas glargina e asparte, que são mais frequentemente envolvidas em erros de medicação.

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