Influência do Sexo no Estilo de Vida, Saúde e Utilização de Serviços Médicos Em Hospitalizados

20 de junho de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a influência do sexo nas condições de saúde, estilo de vida e utilização de serviços médicos em pacientes internados em um hospital de ensino.


Nos dias atuais, as abordagens sobre saúde têm recebido reflexões de diferentes atores da área, os quais se debruçam sobre aspectos biológicos e sociais, individuais e coletivos. Em síntese, pode-se dizer, em termos de determinação causal, que a saúde e a doença representam o conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam os diferentes estados de bem-estar de uma população, os quais se modificam em diversos momentos históricos do desenvolvimento científico da humanidade.

Influência do Sexo no Estilo de Vida, Saúde e Utilização de Serviços Médicos Em Hospitalizados

Influência do Sexo no Estilo de Vida, Saúde e Utilização de Serviços Médicos Em Hospitalizados. Foto: Divulgação.

Influência do sexo

Pensando então a saúde dos sujeitos como, ao mesmo tempo, fenômeno clínico e sociológico, o sexo tem sido considerado um dos fatores individuais determinantes do processo saúde-doença, utilizado na análise de riscos, comportamentos e práticas em saúde. Dentro de uma trajetória histórica e cultural, onde a mulher é vista a partir da sua capacidade gestacional e o homem é influenciado por uma noção de masculinidade, que envolve a vigilância de suas emoções e do próprio corpo, o sexo tem sido um dispositivo que induz a desigualdades em saúde, uma vez que programas e políticas privilegiam cuidados de saúde estereotipados para cada um dos sexos.

Nesse sentido, as mulheres são pensadas pelos serviços de saúde como seres vulneráveis e reprodutores, com produção de práticas precoces de autocuidado e de responsabilização pelo cuidado masculino, podendo influenciar na sua autoavaliação do estado de saúde. Especificamente em relação à utilização e acesso aos serviços de saúde, estudos mundiais demonstram maiores índices por parte de mulheres, e uma pior autopercepção de seu estado de saúde quando comparada a homens. Essas descobertas podem amparar a reflexão do porquê mulheres tendem a morrer de forma mais tardia, considerando os resultados práticos da prevenção e do diagnóstico precoce sobre a expectativa de vida.

O sexo pode também interagir e contribuir para diferenças na morbimortalidade entre homens e mulheres. Apesar de não haver consenso devido ao grande número de variáveis a ser considerada, em linhas gerais, a literatura aponta maior mortalidade entre homens e maior morbidade autorreferida entre mulheres. Ainda, a população masculina apresenta altas taxas de morbimortalidade por causas externas, e adota com maior frequência condutas prejudiciais como tabagismo, consumo de risco de álcool, hábitos alimentares inadequados e inatividade física.

Neste sentido, e considerando que a identificação destas discrepâncias seja essencial para os planejadores de políticas de saúde, o objetivo do presente estudo é analisar a influência do sexo nas condições de saúde, estilo de vida e utilização de serviços médicos em pacientes que foram internados em um hospital de ensino.

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