Significados Atribuídos por Enfermeiros à Assistência que Prestam a Indivíduos em Situação Prisional

24 de junho de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Estudo sobre o significado das práticas assistenciais dos Enfermeiros que atuam no Sistema Penitenciário na Região Oeste do Estado de São Paulo, em atendimento aos indivíduos em situação prisional.


A preocupação voltada ao tema das práticas de enfermagem no âmbito de indivíduos em situação prisional. Iniciou-se juntamente com uma nova fase em minha vida, quando ao transpor os muros que cercam as prisões, trouxe-me a descoberta de algo até então praticamente desconhecido no contexto das políticas de saúde por mim vivenciadas.

Indivíduos em situação prisional

Significados Atribuídos por Enfermeiros à Assistência que Prestam a Indivíduos em Situação Prisional.

O objetivo da pesquisa é caracterizar as unidades e identificar as percepções e os significados atribuídos por enfermeiros que atuam no sistema prestando assistência aos presidiários nas unidades de sistema fechado. Portanto a abordagem metodológica para a ordenação e análise dos dados obtidos por meio de entrevistas semi estruturadas foi a do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Neste processo metodológico utilizou-se o programa eletrônico “QualiQuantSoft”.

Indivíduos em situação prisional

Os sujeitos da pesquisa foram enfermeiros com atuação no referido serviço. Portanto com relação à prática da assistência de enfermagem pode-se traçar um panorama marcado por situações de conflito impostas nas relações hierárquicas, formais e informais, que regulam as rotinas nas unidades prisionais. Especialmente os setores de segurança e saúde. Foram apontadas muitas dificuldades para a realização da assistência. Tais como falta do médico, superlotação, ambiente físico inadequado ao atendimento, insegurança, medo de trabalhar nas unidades prisionais. E, por fim, a dificuldade de realizar a referência e a contra-referência segundo o preceito da integralidade. Mesmo diante dessa dificuldade o olhar do enfermeiro é de cuidador, com grande significado para sua prática. Pois o sentimento de empatia e de solidariedade ao privado de liberdade enfermo é bastante evidenciado. Com isso, o enfermeiro abstrai a condição social do detento, identificando-o como ser humano necessitado de cuidados à saúde.

Os principais dilemas éticos vivenciados diariamente pelos enfermeiros, segundo relatos, foram os relacionados à perda de autonomia em competências privativas dos enfermeiros; ao descaso no atendimento do indivíduo privado de liberdade em alguns municípios e unidades de saúde e à imposição para assumir atribuições que são de competência médica. Assim essa realidade do dia a dia foi citada como estressante e, também, como grave problema que afeta a qualidade da assistência. Sugerem estratégias para melhorar suas condições de trabalho e a qualidade da assistência prestada.

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