Analisa a qualidade do sono e os índices de estresse dos profissionais de Enfermagem que atuam na área de Atenção Primária à Saúde, assim como relaciona o estresse e o sono.
Na sociedade contemporânea, o estresse é um problema de saúde comum, relacionado, muitas vezes, às mudanças no estilo de vida, tais como as exigências ocupacionais e à incapacidade dos indivíduos em lidar com as tensões e as emoções diárias, o que afeta também a qualidade do sono.
Este estudo teve o objetivo de analisar a qualidade do sono e os índices de estresse dos profissionais de enfermagem que atuam na área de Atenção Primária à Saúde, assim como relacionar o estresse e o sono.
A pesquisa configura-se como observacional, descritiva, transversal e correlacional, com amostra censitária, realizada com a equipe de enfermagem que atua nas Unidades de Saúde da Família de um município do sul de Minas Gerais, que é composta por 124 profissionais, dentre os quais se encontram enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Aplicou-se três formulários: Ficha de identificação, Inventário de Sintomas de Stress de Lipp e Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh. Foram retratados o perfil sociodemográfico da amostra, bem como a qualidade do sono e a presença ou a ausência de estresse, assim como a fase e a predominância dos sintomas do estresse. Para as análises estatísticas prévias bivariadas, foram utilizados o coeficiente de correlação de Spearman, os testes de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e Qui-quadrado, finalizando com os Modelos de Regressão de Poisson múltiplos com variância robusta.
Como resultado verificou-se que 60,5% dos profissionais apresentaram má qualidade do sono e 50% revelaram estresse, com grande parte na fase de resistência, assim como predominância dos sintomas psicológicos. Nas análises bivariadas, a atividade física, o uso de bebida com cafeína, o estresse, sua fase e predominância dos sintomas relacionaram com o sono. Com relação ao estresse, fatores como o tempo de trabalho na instituição, as horas de sono e a atividade física exibiram relação. Nas análises de regressão de Poisson, verificou-se relação negativa do uso da cafeína com o sono e a prática de atividade física apresentou associação com o estresse.
Concluiu-se que, a maioria dos profissionais de enfermagem apresentaram má qualidade do sono e tal problema associou-se ao consumo de bebidas com cafeína, mostrando uma qualidade de sono ruim para aqueles que não as consomem. Concluiu-se também que 50% dos profissionais de enfermagem mostraram-se estressados, sem diferença estatística entre as categorias profissionais, com predominância da fase de resistência e de sintomas psicológicos e tal problema associou-se a prática de atividade física, evidenciando que os indivíduos que não praticam, mostraram maior probabilidade de apresentar estresse.