2 de dezembro de 2021 por filipesoares
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Relata a vivência de uma equipe interdisciplinar na implantação da técnica de Recuperação Intraoperatória de Sangue em um serviço público de atendimento ao trauma.
As hemorragias agudas graves podem levar ao choque hipovolêmico, que demandam tratamento imediato em virtude da alta morbidade e mortalidade relacionada à duração da hipovolemia e à intensidade da hipotensão. Segundo o Advanced Trauma Life Support (ATLS), hemorragia é a causa mais comum de choque em pacientes com trauma e o atendimento integral remete à identificação precoce da coagulopatia, manejo dos protocolos de transfusão maciça, e restrição da infusão de cristalóides.
Implantação da Técnica de Recuperação Intraoperatória de Sangue em Serviço Público de Atendimento ao Trauma. Foto: Divulgação.
A transfusão de sangue e hemocomponentes é uma tecnologia relevante na terapêutica moderna, mas pode levar a complicações agudas ou tardias – doenças infecciosas, imunossupressão, dentre outras – , que deve ser realizada quando existe indicação precisa e nenhuma outra opção terapêutica substituta. Assim, a Recuperação Intraoperatória de Sangue (RIOS), mais conhecida como cell saver, pode ser implementada em diversos procedimentos cirúrgicos nas especialidades de cardiologia, ortopedia, urologia, neurocirurgia, vascular, transplantes de órgãos, especialmente no hepático, dentre outros. Ressalta-se que o uso da técnica reduz a necessidade de transfusão de sangue alogênica.
Na cirurgia do trauma, por exemplo, dependendo do procedimento e sítio operatório há potencial significativo de sangramento. Nesse cenário, a observação da necessidade de transfusões durante os procedimentos eletivos e de urgência estimulou o hemocentro, responsável pelo atendimento transfusional do hospital, a buscar a implantação de métodos de conservação intraoperatória de sangue. Dessa forma, o objetivo deste texto é relatar a vivência de uma equipe interdisciplinar na implantação da técnica RIOS em um serviço público de atendimento ao trauma.
