Hipodermóclise Como Tecnologia Integrativa Ao Processo Infusional Em Crianças

26 de junho de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Identifica as evidências científicas acerca da efetividade e da segurança da hipodermóclise em comparação à via intravenosa, no processo de infusão de fluidos, para reidratação de crianças até 10 de idade, com leve a moderada desidratação, nos contextos hospitalares e domiciliares.


A hipodermóclise (HDC) é a infusão de fluidos pelo tecido subcutâneo de forma segura e efetiva, para a hidratação de pacientes que apresentam desidratação leve ou moderada sem a necessidade de um acesso venoso. Estudos em pediatria apontam como vantagens a redução no número de tentativas para o estabelecimento do acesso para infusão, menor tempo para início do tratamento, e menor trauma físico e psicológico para a criança, família ou responsável, e equipe de saúde.

Foto: Governo Federal.

Sabe-se que a perda hídrica em crianças é rápida, com redução de eletrólitos, nutrientes e líquidos e consequente instalação de quadro de desidratação. Em geral, está associada aos casos de doença diarreica aguda. Assim, um dos primeiros passos no manejo a criança com episódios de diarreia é avaliar o estado de hidratação. A qual pode ser classificada conforme a perda de peso ou por escala que abrange diversos parâmetros como a condição geral da criança, pulso radial, alterações respiratórias, redução da elasticidade cutânea, diminuição no volume da diurese, entre outros.
Analisado o quadro de desidratação no cliente pediátrico, decide-se pela necessidade da reposição de fluidos. Comumente, são utilizadas nesse processo de tratamento a via oral (VO) e a via intravenosa (IV). A hidratação por IV é um procedimento utilizado há muito tempo, no entanto apresenta desvantagens na implementação, além de complicações, principalmente, em crianças devido a maior fragilidade capilar, vasos sanguíneos de menor calibre acarretando maiores taxas de insucesso na primeira tentativa. Para melhor aceitação a hidratação por VO, precisa ser realizada em pequenas quantidades, para não ocasionar vômitos. Salienta-se ser, frequente, a recusa pela criança.
As áreas da neonatologia e pediatria apresentam-se como um grupo especial à terapia infusional, privilegiando assim, o conhecimento das especificidades anatômicas e fisiológicas e, dos cuidados com a segurança deste paciente, como fator indispensável para o desenvolvimento da assistência pelo profissional responsável.
Estudos recentes de revisão de literatura e uma overview evidenciaram a HDC como uma prática a ser considerada no tratamento de desidratação para adultos e idosos, visto sua menor complexidade e custo-efetividade, e a importância do desenvolvimento de pesquisas na população pediátrica. Apesar do potencial dessa tecnologia integrativa existe uma lacuna sobre sua efetividade a esta população específica.
Uma pesquisa preliminar em JBI evidence synthesis, Cochrane Library e International prospective register of systematic reviews (PROSPERO) em abril de 2021, revelou que nenhuma revisão sistemática foi conduzida sobre a efetividade da HDC com foco na população pediátrica. O que instiga a conscientização sobre a efetividade da HDC para reidratação, com menos traumas físicos e psicológicos em comparação com outras tecnologias tradicionalmente utilizadas em crianças.
Portanto, com a crescente busca por evidências que sustentem e guiem as melhores mudanças para as práticas de cuidado em enfermagem, além da humanização da assistência ao paciente pediátrico esta revisão é justificada pela necessidade de evidências confiáveis que apoiem a efetividade do HDC em crianças.
Insere-se o objetivo da presente pesquisa: identificar as evidências científicas acerca da efetividade e da segurança da HDC, em comparação à via intravenosa, no processo de infusão de fluidos, para reidratação de crianças até 10 anos de idade, com leve a moderada desidratação, nos contextos hospitalares e domiciliares.
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