Hemovigilância: Conhecimento da Equipe de Enfermagem Sobre Reações Transfusionais

21 de março de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa o grau de conhecimento da equipe de Enfermagem sobre hemoterapia e reação transfusional imediata.


A hemoterapia é um recurso terapêutico executado por meio da transfusão sanguínea e de seus componentes, utilizado em casos graves de anemias, hemorragias, queimaduras, hemofilias, transplantes de medula ou de outros órgãos, ou ainda, em complicações de qualquer cirurgia. O sangue é um tecido vivo que circula pelo corpo, e por meio deste, doenças variadas podem ser transmitidas, o que torna a transfusão um tratamento de alta complexidade, com riscos e complicações associados a inúmeros eventos adversos.

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Hemovigilância: Conhecimento da Equipe de Enfermagem Sobre Reações Transfusionais. Foto: Divulgação.

Hemovigilância é definida como um conjunto de procedimentos de vigilância que abrange todo o ciclo do sangue, com o objetivo de obter e disponibilizar informações sobre os eventos adversos (reações transfusionais) ocorridos nas suas diferentes etapas, com o intuito de prevenir seu aparecimento ou recorrência, e aumentar a segurança do doador e do receptor.

Reações Transfusionais

As reações transfusionais são conhecidas como resultados indesejados associados à administração de hemoderivados ou hemocomponentes, podendo ser resultado de um incidente do ciclo do sangue, ou da relação entre um receptor e o hemocomponente; são classificadas como imediatas, que acontecem no decorrer da transfusão, ou em até 24 horas após o processo, e as reações tardias ocorrem após 24 horas da transfusão.

Pesquisa realizada no Banco de dados da Rede Internacional de Hemovigilância para Vigilância de Reações Adversas e Eventos em Doadores e Receptores de Componentes Sanguíneo, representando 25 países, verificou incidência geral de reações adversas transfusional de 77,5 por 100 mil componentes, dos quais 25% foram graves (19,1 por 100 mil). De 349 mortes (0,26 por 100 mil), 58% foram relacionadas ao sistema respiratório: sobrecarga circulatória associada à transfusão (TACO, 27%), lesão pulmonar aguda associada à transfusão (TRALI, 19%) e dispneia
associada a transfusão (TAD, 12%).

No Brasil, um estudo realizado na cidade de São Paulo no período de 2007 a 2019, identificou o total de 1.448 reações transfusionais imediatas. A média de incidência de reação transfusional foi de 4,4 por mil/ano. As reações moderadas e graves representam 13,5% do total dos eventos.

Hemotransfusão

Nesse contexto, a prevenção e/ou identificação precoce de reações associadas à transfusão baseiam-se na vigilância segura e em evidências, bem como na atenção e cuidado direto por enfermeiros, especialmente por aqueles que trabalham em cuidados intensivos, onde a hemotransfusão é uma prática frequente. O enfermeiro é o profissional que executa e/ou supervisiona a administração e monitoração da infusão de hemocomponentes e hemoderivados, identificando possíveis reações adversas, registrando informações e dados estatísticos apropriados ao
doador e ao receptor; sendo importante que o enfermeiro participe de programas de captação de doadores, além do desenvolvimento e participação em pesquisas relacionadas à hemoterapia e à hematologia.

Neste contexto, a enfermagem hemoterápica deve assumir o compromisso social e de saúde com a qualidade de vida e o cuidado da população. Portanto, preconiza-se que a enfermagem exerce um papel fundamental na segurança transfusional e precisa estar adequadamente preparada para assumir esta responsabilidade, buscando a redução das distâncias entre a prática e o conhecimento científico disponível.

Diante dos avanços na área de hemoterapia e da problemática apresentada, o objetivo deste trabalho é analisar o grau de conhecimento da equipe de enfermagem sobre hemoterapia e reação transfusional imediata.

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