Fatores Envolvidos na Adesão ao Rastreamento do Câncer de Mama

11 de outubro de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Identifica fatores envolvidos na adesão das mulheres aos exames de rastreamento do câncer de mama.


Dentre os tipos de câncer que acometem as mulheres, o de mama é considerado o mais comum, e representa quase 25% do total dos casos. O aumento da mortalidade por esse câncer ocorre principalmente devido à pouca adesão aos exames de rastreamento, que gera diagnóstico tardio e atraso na realização da terapêutica adequada.

Fatores Envolvidos na Adesão ao Rastreamento do Câncer de Mama

Este estudo objetivou identificar fatores envolvidos na adesão das mulheres aos exames de rastreamento do câncer de mama.

Trata-se de um estudo com delineamento transversal, realizado em cinco Unidades de Atenção Básica de Saúde da Família (UABSF), em Goiânia, GO, Brasil. A amostra constituiu-se por 320 mulheres, na faixa etária entre 40 a 69 anos, não gestantes, que esperavam por atendimento nestas unidades. Para coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturado, seguido de um estudo piloto. O teste do Qui-quadrado ou exato de Fisher foram utilizados para verificar a associação entre comportamento de saúde das mulheres, uso do serviço e conhecimento sobre o câncer de mama e a adesão das mulheres aos exames de rastreamentos do câncer de mama, com nível de significância de 5%. Já ter ouvido falar dos exames de rastreamento anteriormente (p=0,001), realizar consulta ginecológica anual (p<0,001), ter recebido recomendação profissional (p<0,001, p<0,001 e p=0,002) e ter realizado consulta ginecológica a menos de 3 anos (p<0,001) associou-se a prática de todos os exames de rastreamento, considerando o exame clínico das mamas (ECM), mamografia (MMG) e ultrassonografia (USG). Mulheres no peso adequado (p<0,029) e aquelas que recebem visita de profissional de saúde e/ou agente comunitário de saúde (p<0,009) realizaram mais o ECM. Mulheres entre 50 e 69 anos e as que têm filhos realizaram mais o exame de MMG (p<0,001). Reconhecer a idade recomendada (p=0,01) e frequentar a UABSF há mais de um ano (p<0,024) favoreceu a realização da USG. Mulheres que possuíam plano de saúde realizaram mais o ECM (p<0,018) e MMG (p<0,065) e conhecer os exames (p=0,020 e p=0,021) e ter antecedente familiar de câncer (p<0,007 e p<0,034) favoreceu a prática ECM e da USG.

Portanto, as causas que levam a não adesão aos exames de rastreamento do câncer de mama são multifatoriais, mas o profissional de saúde merece destaque, pois ele é a principal fonte de informação dessas mulheres, sendo fundamental na desconstrução de limitações socioculturais, de conhecimento e questões organizacionais que envolvem o rastreamento do câncer de mama.

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