Fatores de Risco e Doenças Não Transmissíveis Em Universitários Atendidos Em Um Consultório de Enfermagem

9 de fevereiro de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Caracteriza o perfil epidemiológico de doenças crônicas não-transmissíveis em estudantes atendidos em um consultório de Enfermagem.


As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) lideram, na atualidade, a listagem global de doenças que tem incapacitado e levado pessoas a óbito em todo o mundo, independentemente do nível econômico. Sobreleva-se, todavia, que as maiores taxas de mortalidade por este tipo de causa encontram-se em países em desenvolvimento econômico.

Foto: Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul.

Doenças Crônicas Não Transmissíveis

As DCNT abrangem, principalmente: a diabetes mellitus tipo 2, as doenças cardiovasculares, o câncer e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Seus fatores de risco, o tabagismo, o etilismo, o sedentarismo e a má alimentação, têm sido o foco de controle entre os programas de saúde que visam a prevenção destas doenças.
No Brasil, a estratégia principal de combate às DCNT, refere-se à realização de ações no âmbito da atenção primária à saúde, cujo objetivo é o rastreamento e a detecção precoce destas doenças para tratamento e vigilância em saúde.
Na população brasileira, alguns grupos têm sido identificados como vulneráveis, tais como a população universitária, uma vez que a mesma, têm apresentado um maior número de fatores de risco para o desenvolvimento destas doenças. No Brasil, esta população vem aumentando significativamente nos últimos anos. Em 2017, já representava cerca de 8,5 milhões de acadêmicos, segundo o Ministério da Educação.
De acordo com alguns estudos, o ingresso na universidade evidencia uma fase em que o jovem mais experimenta a transição da adolescência para a vida adulta. Este é um período de muitas mudanças, que acabam levando o jovem acadêmico a adotar comportamentos de certo descuido com a própria saúde.
Nesse contexto, cabe salientar que, no Brasil, ainda não existe um programa ou política específica que acompanhe diretamente a saúde do estudante universitário. Assim sendo, para se obter informações que possibilitem o acompanhamento da saúde destes jovens, faz-se necessário o desenvolvimento de estudos que caracterizem o perfil comportamental (condições econômicas, demográficas, de saúde, entre outros) deste grupo populacional, em relação aos fatores de riscos e possam contribuir para a vigilância e o diagnóstico precoce das DCNT. Tais ações estratégicas devem seguir os preceitos de responsabilidade social e de promoção da saúde da comunidade acadêmica de universidades promotoras da saúde, bem como a Universidade Federal Fluminense, que filiou-se à Rede latinoamenricana de universidades promotoras da saúde em novembro de 2020.
O monitoramento de dados sobre as condições de saúde, e no âmbito dos fatores de risco para determinadas doenças em uma população, representa uma importante estratégia com vistas a definir e delinear as políticas de saúde, que tenham como objetivo a busca pela prevenção e tratamento de enfermidades, uma vez que, desponta- -se o potencial de apresentar importantes resultados no tocante à identificação e resolução de problemas de saúde da população.
Baseada nesta estratégia de saúde global e nacional de controle de fatores de risco, prevenção, rastreamento, diagnóstico precoce e tratamento de DCNT, a enfermagem se apresenta como uma profissão indispensável neste processo de saúde-doença, pois vem exercendo práticas cuidativas integrais em saúde, com qualidade e autonomia, baseadas nas evidências da ciência do cuidar.

Consultório de Enfermagem

No ano de 2018, a profissão obteve a regulamentação do funcionamento dos consultórios de enfermagem. Na perspectiva da atenção primária à saúde, os consultórios apresentam-se como potenciais cenários para o desenvolvimento de estratégias, que viabilizem identificar e acompanhar o comportamento de grupos populacionais, tais como, estudantes no contexto da vida universitária, priorizando o monitoramento e avaliação de suas condições de saúde.
No Brasil, existem poucas pesquisas que busquem identificar o perfil de saúde de estudantes, principalmente universitários. Esse panorama dificulta, de forma geral, a construção de propostas efetivas no âmbito de programas ou políticas de saúde com atenção voltada a essa população. Assim sendo, sinaliza-se para a necessidade de realização de mais estudos acerca da temática, principalmente abrangendo a caracterização deste importante e representativo grupo populacional.
Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico de Doenças Crônicas Não-Tranmissíveis em estudantes atendidos em um consultório de enfermagem de uma universidade federal da Baixada Litorânea do estado do Rio de Janeiro.
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