Descreve os fatores que contribuem para reinternação de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca.
Nas últimas décadas, de 50 milhões de mortes, as Doenças Cardiovasculares (DCV) foram responsáveis por 30% delas, afetando aproximadamente 17 milhões de pessoas. Entre as doenças crônicas, as DCV são as maiores causas de morte, atingindo 17,3 milhões de pessoas anualmente, seguidas do câncer (7,6 milhões), doenças respiratórias (4,2 milhões) e diabetes (1,3 milhão).
Estima-se que haverá um aumento significativo de 16,7 milhões de mortes registradas em 2002 para 23,3 milhões no ano de 2030 por DCV. No Brasil, elas encontram-se no topo das causas de mortalidade, no ano de 2013 foram registrados 339.672 óbitos por doenças do aparelho circulatório, das quais 85.939 referem-se ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Ações de promoção e proteção da saúde da pessoa acometida por DCV na Atenção Primária à Saúde (APS) são de suma importância para prevenir ocorrências agudas.
Atualmente, devido aos avanços tecnológicos no setor saúde na área da cardiologia, pode-se observar o grande índice internações hospitalares. Essas inovações têm intuito de melhorar a sobrevida das pessoas que são portadoras de DCV, contrapondo-se a esta ideia, no entanto, acabam gerando um custo exorbitante para os sistemas de saúde e frustrações ao paciente.
As doenças cardíacas comandam o índice de ocorrências clínicas, aumentando as taxas de hospitalização e mortalidade, com isso se tem um progressivo aumento da incidência na população devido ao envelhecimento coexistente ao desenvolvimento das terapias, procedimentos e tecnologias em saúde. Uma estimativa obtida pelo departamento de informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) acusa um gasto onerado ao sistema de saúde do país, no ano de 2015, de quase 700 milhões de reais só para pessoas com insuficiência cardíaca (IC) e IAM.
O cuidado de enfermagem durante o transoperatório de cirurgia de Revascularização do Miocárdio (RM) deve atender não só as ações técnicas, mas também as perspectivas do paciente. A equipe multiprofissional deve prover ao paciente apoio, atenção, respeitando suas necessidades e obedecendo aos preceitos da assistência segura a quaisquer pessoas que procuram um Estabelecimento de Assistência de Enfermagem, realizando o checklist de cirurgia segura preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
As reinternações hospitalares são possíveis de prevenção, seja pelo o próprio paciente, adotando à terapêutica medicamentosa e às intervenções de autocuidado, quanto pelas equipes de saúde, com o apropriado desempenho da equipe multidisciplinar. A aceitação ao tratamento é estabelecida com o seguimento às orientações para uso apropriado das medicações, adesão de uma dieta hipossódica, prática regular de exercícios físicos e envolvimentos com cuidados preventivos e autovigilância de sinais e sintomas.
A importância de se estudar os fatores relacionados com as reinternações ocorre devido à escassez de estudos associados aos motivos de reinternações por síndrome coronariana aguda, ou revascularização após infarto agudo do miocárdio.
Assim, este estudo tem como questão norteadora: quais os fatores que contribuem para reinternação de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca?
Com base no exposto, este estudo é relevante por permitir a identificação dos fatores que estão contribuindo para que os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca tenham reinternações frequentes. Os resultados subsidiarão a prática de enfermagem no cuidado aos pacientes cirúrgicos, onde as atividades de educação em saúde durante a internação e na alta poderão ser direcionadas principalmente a estes fatores.
Dessa forma, objetivou-se através deste estudo descrever os fatores que contribuem para reinternação de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca