Fatores Associados ao Aleitamento Materno em Recém-nascidos Prematuros em Unidade Neonatal

27 de julho de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Verifica associação entre formação e experiência dos profissionais de Enfermagem na área neonatal com os dados da atuação profissional, referente ao aleitamento materno.


Os bebês prematuros passam quase que certamente pela internação hospitalar em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, devido à dificuldade de adaptação à vida extrauterina. Neste cenário cheio de tecnologias e tecnicismo, garantir o leite materno ao prematuro é um desafio que está se tornando viável.

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Patrícia e a pequena Sofia, que pretende continuar amamentando após o retorno da licença-maternidade. Foto: Cofen.

Neste sentido, foram investigados, por meio de dois estudos, fatores facilitadores para o processo do aleitamento materno, mas também as dificuldades encontradas por mães e equipe de Enfermagem dispostas a esta prática. A primeira pesquisa teve como objetivo verificar associação entre formação e experiência dos profissionais de Enfermagem na área neonatal com os dados da atuação profissional, referente ao aleitamento materno. O segundo estudo teve como objetivo verificar a associação entre as características socioeconômicas, de gestação e parto das mães de recém-nascidos prematuros, dados dos recém-nascidos prematuros ao nascer e durante internação, o acompanhamento fonoaudiológico e a assistência de Enfermagem ao tipo de alimentação à alta hospitalar.

Quanto aos métodos do primeiro estudo, trata-se de estudo descritivo e analítico, transversal, com abordagem qualiquantitativa, realizado com 48 profissionais de Enfermagem da Neonatologia, que responderam questionário estruturado sobre identificação, formação, experiência e atuação, além de opinião sobre fatores que facilitam e dificultam o aleitamento materno de bebês prematuros internados. Já o segundo, é estudo descritivo e analítico, do tipo transversal, com abordagem qualiquantitativa, realizado com 115 mães de recém-nascidos internados em unidade neonatal, que responderam a um questionário estruturado sobre dados socioeconômicos, gestação e opinião sobre fatores que influenciam a sucção do prematuro ao seio materno. Além disso, foram investigados dados sobre o parto e internação do bebê por meio do prontuário eletrônico. A associação ente o tipo de alimentação à alta hospitalar foi avaliada por meio de análise uni e multivariada.

Os resultados foram que os participantes eram do sexo feminino, 83,3% tinham formação profissional de técnico em enfermagem e 81,3% exerciam carga horária semanal de 30 horas. Houve influência do turno de trabalho e da carga horária semanal na frequência de estímulo e facilitação do acesso dos pais à unidade neonatal. Houve relação entre turno de trabalho e frequência com que estimulavam a permanência do recém-nascido em posição canguru durante a internação, entre tempo de formado e frequência com que orientavam os pais quanto a essa prática no pós-alta e entre cargo, carga horária semanal e turno de trabalho com a frequência de orientação aos pais quanto à prática do aleitamento materno, no pós-alta. Na outra pesquisa, obteve como resultados a associação independente entre escolaridade, estado civil, gestações anteriores, histórico positivo de amamentação, intercorrências ao nascer, tempo de início da dieta enteral e de uso de sonda e número de dias de internação com o tipo de alimentação à alta hospitalar.

Concluiu-se que formação profissional, nível de escolaridade, cargo que ocupa, carga horária semanal e turno de trabalho influenciam a atuação profissional da Enfermagem na área de Neonatologia. Ao passo que a segunda pesquisa concluiu que mães casadas ou em união estável, com maior escolaridade, histórico de outra gestação e ter amamentado o outro filho favorece aleitamento materno exclusivo à alta assim como bebês que não sofreram intercorrências em sala de parto, usaram sonda enteral em menor tempo e ficaram menor tempo internados.

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