Analisa o conhecimento e a prática da enfermeira acerca do exame físico obstétrico.
A atenção à saúde materna e infantil requer a oferta de serviços de qualidade que garantam acesso facilitado por meio do cumprimento dos protocolos estabelecidos para uma assistência baseada nas melhores evidências científicas que proporcione intervenções oportunas para garantir a saúde do binômio. A cobertura da atenção com qualidade ao parto das mulheres faz com que os profissionais de saúde utilizem técnicas que consigam identificar precocemente algumas das complicações que podem ocasionar o aumento das taxas de mortalidade materna.
Nessa perspectiva, um dos profissionais que presta assistência durante o ciclo gravídico-puerperal é a enfermeira, que precisa estar qualificada, para detecção precoce dos agravos relacionados ao parto e nascimento, bem como para assistir adequadamente quando forem necessários os cuidados imediatos para diminuição da taxa de morbimortalidade materno-infantil. O acompanhamento inadequado, sem avaliações regulares, é um dos motivos do alto índice da taxa de mortalidade materno-infantil, demonstrando que as diversas intervenções realizadas não garantem a qualidade da assistência obstétrica prestada.
Desse modo, a qualidade dos serviços obstétricos prestados pela enfermeira assume um importante papel para o alcance de melhorias da assistência prestada no trabalho de parto. No entanto, para a qualidade do exame obstétrico, há necessidade de conhecimento das técnicas realizadas, bem como do processo utilizado para organização do serviço e necessidades da parturiente.
Para que a assistência qualificada seja prestada durante o ciclo, a enfermeira dispõe do Processo de Enfermagem (PE) que é o modelo metodológico aplicado por meio de conhecimentos técnico-científicos na prática assistencial. Esse processo é desenvolvido em várias etapas: inicialmente, é feita a anamnese, em que são registradas a história pregressa das gestantes, incluindo antecedentes obstétricos, data da última menstruação (DUM); informações sobre a movimentação fetal; dados referentes à evolução da gestação atual; e exame físico obstétrico das gestante.
O exame físico obstétrico inicia-se com a inspeção obstétrica, que será realizada na sequência cefalocaudal. Após a inspeção, deve haver a mensuração da altura uterina para averiguação do crescimento do útero para posterior comparação com a idade gestacional da gestante. A palpação obstétrica é então realizada a fim de se reconhecer a situação, posição, apresentação e insinuação fetal. Porém, pela palpação manual, apenas é possível avaliar a frequência e a duração das contrações. Caso haja desvios da contratilidade uterina normal, é necessária a intervenção a fim de corrigi-la.