Descreve o estado emocional e identifica se este exerce influência na qualidade do sono dos profissionais de Enfermagem nos turnos diurno e noturno.
O Estado Emocional exerce de forma significativa uma influência no contexto social, comportamental e até mesmo no processo de trabalho. A enfermagem lida de forma direta com essa extensão, em especial aqueles que trabalham por turnos chegando a cumprir uma carga horária de até 12 horas. Essa jornada pode gerar perturbações emocionais caracterizadas por sensações subjetivas de desconforto e acompanhadas por mudanças no nível da atividade em funções cognitivas, linguagem e funções fisiológicas, como apetite, atividade sexual, ritmos biológicos e qualidade do sono.
Tais funções fisiológicas se alteradas podem influenciar de forma direta profissionais de enfermagem. O presente estudo objetivou descrever o estado emocional e identificar se este exerce influência na qualidade do sono dos profissionais de enfermagem nos turnos diurno e noturno.
Trata-se de um estudo de abordagem observacional, delineamento de corte transversal e análise descritiva. Foi desenvolvido em um Hospital Público Federal de ensino universitário, junto aos profissionais de enfermagem dos turnos diurno e noturno. O levantamento de dados em sua totalidade foi coletado no período de janeiro a dezembro de 2018, mediante os instrumentos: Lista de Estado Emocional Presente, Questionário Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh e Formulário de Caracterização Sociodemográfica. Os questionários foram disponibilizados de acordo com o turno de trabalho de cada profissional. Participaram da pesquisa 74 enfermeiros e 107 técnicos de enfermagem. Os dados após serem codificados e tabulados, passaram por análise estatística por meio do programa SPSS versão 2.0. O estudo obteve parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob CAAE de nº 80922717.8.0000.5537. O perfil sociodemográfico apresentou caracterização com predominância do sexo feminino para ambas as classes de profissionais, em 79% da amostra, com faixa etária entre 24 e 45 anos, correspondendo a aproximadamente 94%.
Verificou-se presença de diferença estatisticamente significativa para a variável mais de um trabalho (p=0,001) e semelhança significativa para a variável filhos (p=0,047). Para a variável uso de estimulantes, afirmaram fazer uso 81% dos enfermeiros e 75% dos técnicos de enfermagem. Quanto à avaliação da qualidade do sono, apenas 22% dos profissionais de enfermagem apresentaram boa qualidade do sono. Em relação ao estado emocional, as locuções “estou refletindo”, “estou cansado”, “estou tomando cuidado”, “sinto saudade de alguém” e “estou com sono” apresentaram respostas para as intensidades mais ou menos e fortemente.
Conclui-se que que o trabalho em turnos causa prejuízos à qualidade do sono dos profissionais de enfermagem, a qual também pode sofrer influências pelas alterações identificadas nos estados emocionais.