Demonstra os benefícios da educação em saúde sobre o câncer de mama para a população.
O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum entre as mulheres no mundo, considerada a quinta maior causa de morte por câncer na população geral, e a primeira na população feminina. É originário do crescimento descontrolado de células epiteliais dos ductos da mama que adquiriram características diferentes das normais causadas por uma ou mais mutações genéticas da célula possibilitando o crescimento desordenado. Esse processo gera um tumor que pode evoluir de formas distintas, tendo um desenvolvimento mais rápido e agressivo ou mais lento e passivo.
No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, estima-se o aparecimento de 66.280 casos novos casos em 2020. A evolução da doença pode variar de acordo com o tipo de tumor, sendo mais tardia ou precoce, podendo ou não invadir outros tecidos. Embora predominantemente em mulheres, também ocorre em 1% do sexo masculino, com 203 mortes notificadas pelo Sistema de Informação
sobre Mortalidade em 2017.
São vários os fatores de risco relacionados, tais como: fatores que não podem ser alterados (idade e sexo, histórico familiar de câncer de mama, hereditariedade) e fatores ambientais, comportamentais, história reprodutiva e hormonal. Porém, é importante ressaltar que a presença de um ou mais desses fatores de risco não são determinantes para o aparecimento do câncer de mama.
Os sintomas podem aparecer como variadas manifestações clínicas, comumente o nódulo apresenta-se indolor, duro e irregular, entretanto existem tumores maleáveis, globosos e delimitados. Além de outras alterações como edema cutâneo que se assemelha à casca da laranja, inversão ou descamação do mamilo, hiperemia e até mesmo secreção, especialmente quando é unilateral e espontânea.
A investigação da doença não se dá apenas pela análise clínica, mas também por exames específicos criados para o câncer de mama. É importante ressaltar a atividade de rastreamento anual pela mamografia. Como diagnóstico usa-se exames de imagens como ultrassonografia, a própria mamografia e a ressonância magnética. Todavia, a confirmação da patologia só poder ser dada após a realização da análise de uma biópsia do tecido tumoral.
Referente ao tratamento, pode ser realizado por meio de uma ou mais modalidades combinadas, dentre elas encontram-se as formas locais e sistêmicas para o enfrentamento desta doença. A forma local está distribuída entre os diversos tipos de cirurgia, como as mastectomias, e tem-se também nesse grupo a radioterapia. Já no grupo das sistêmicas, existem os tratamentos hormonais, a terapia alvo, a quimioterapia e a imunoterapia. Na escolha do tratamento o profissional de saúde leva em consideração todos os fatores, a condição da paciente, o tipo do tumor, a expressão de receptores hormonais e de HER-2 e a localização e o desdobramento da doença.
É válido notar que a identificação precoce da neoplasia denota melhor prognóstico aos pacientes, além de mais opções de tratamento. Entretanto, existe uma detecção tardia do câncer de mama e crenças culturais estão envolvidas nesse processo. Isso é demonstrado pelo fato de que mulheres mais jovens e com renda mais baixa acreditam que à medida que se cuidam, estão protegidas contra a neoplasia; ademais, outras mulheres têm a percepção de que os nódulos mamários precisam ser dolorosos e grandes para serem configurados como câncer de mama. Nesse sentido, há necessidade urgente de educação sobre promoção da saúde.
Dessa forma, para que haja melhor orientação dessa população no enfrentamento da doença e nos cuidados necessários após recuperação, faz-se necessário o treinamento dos profissionais de saúde fornecendo informações abrangentes e coordenadas à saúde. Esse tipo
de capacitação deve fazer parte do projeto de educação continuada.
É notório que a importância da comunicação do profissional de saúde com o paciente diagnosticado, como principal forma de aprender sobre a doença. Entretanto, muitas pessoas relatam que essa comunicação não é efetiva, alguns profissionais não sanam completamente
as dúvidas, outros utilizam linguagem não compreensível para a população ou ainda não se preocuparem com a ansiedade, medos e angústias dessas pessoas.
Assim sendo, para que a população possa se sentir mais segura e capacitada para a prevenção, enfrentamento e transmissão de conhecimento sobre essa doença, a comunicação, capacitação e engajamento dos profissionais deve ser transformado. Ação essa, praticada pelo projeto de extensão: Clube do Saber.
Diante disso, o presente estudo tem como objetivo descrever um relato de experiência sobre a educação em saúde sobre câncer de mama para uma população carente de informações. Acredita-se que a educação em saúde possibilita reflexões sobre possíveis intervenções posteriores de expansão de conhecimento bem como a necessidade da capacitação de profissionais para tal atividade.