Enoxaparina: Erros de Medicação, Riscos e Práticas Seguras na Sua Utilização

8 de julho de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Práticas seguras para reduzir os danos evitáveis relacionados ao uso de medicamentos (Enoxaparina).


O Desafio Global de Segurança do Paciente “Medicação sem Danos”, lançado em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Tem como objetivo geral reduzir os danos evitáveis relacionados ao uso de medicamentos. As ações propostas para cumprir esse objetivo foram organizadas em três áreas prioritárias: polifarmácia, transição do cuidado e situações de alto risco. Para contemplar medicamentos que devem ser alvo dessas ações prioritárias. A OMS propôs o acrônimo. Que lista medicamentos frequentemente envolvidos em erros graves no mundo. Entre os quais estão os anticoagulantes orais e heparinas.

Enoxaparina: Erros de Medicação, Riscos e Práticas Seguras na Sua Utilização

Enoxaparina: Erros de Medicação, Riscos e Práticas Seguras na Sua Utilização.

A enoxaparina apresenta algumas vantagens em relação à heparina não fracionada. Como os esquemas de administração mais simples. Relação dose-resposta mais confiável e menor incidência de sangramento e de trombocitopenia. Embora a enoxaparina seja considerada uma opção terapêutica e profilática muito prescrita e efetiva. É considerada um medicamento potencialmente perigoso. Estando seu uso frequentemente associado a erros de medicação graves.

Uma revisão importante de mais de 300.000 incidentes reportados para três grandes programas de notificação de eventos adversos americanos, em 2005. Sugeriu que 3,6% dos erros de medicação notificados envolviam heparina não fracionada ou de baixo peso molecular. Desde então. Apesar da escassez de estudos mais recentes para avaliação da ocorrência de efeitos adversos decorrentes da enoxaparina. Seu uso vem aumentando e sendo incorporado cada vez mais na prática clínica diária. O que pode minimizar a percepção dos riscos envolvidos na sua utilização.

Erros de medicação envolvendo a Enoxaparina

Dentre os erros de medicação envolvendo a enoxaparina. Destacam-se as doses erradas. Entre 2005 e 2009. No Reino Unido. Foram notificados 2.716 incidentes envolvendo dose errada de heparinas de baixo peso molecular. Nos Estados Unidos. Quase metade dos 10.687 pacientes avaliados com síndromes coronarianas agudas não recebeu a dose recomendada de enoxaparina (18,7% receberam uma dose baixa e 29,2% receberam uma dose alta). Estando esses erros associados ao maior risco de sangramento e morte. A administração de doses baixas está relacionada à ocorrência de eventos tromboembólicos.

Por outro lado. O uso de doses altas de enoxaparina aumenta o risco de sangramento. Sobretudo entre os pacientes mais vulneráveis como gestantes. Idosos e pacientes com disfunção renal. Dessa forma. As doses prescritas de enoxaparina devem estar de acordo com a indicação terapêutica e ajustadas conforme o peso do paciente e o de creatinina. Estudos apontam que erros envolvendo doses da enoxaparina são mais frequentes quando não são adotadas rotinas adequadas para mensuração ou estimativa do peso do paciente. Omissões de doses também são frequentes causas de doses subterapêuticas de enoxaparina. Reforçando a necessidade de implementar estratégias para a prevenção desse tipo de erro. Tanto em ambientes hospitalares como na comunidade.

Enoxaparina: não prescrição

A não prescrição da enoxaparina quando indicada para a profilaxia de eventos tromboembólicos em pacientes hospitalizados também é um erro de medicação frequentemente documentado na literatura. Para minimizar a ocorrência desse erro, é necessário desenvolver e garantir a devida implementação de protocolos de avaliação de pacientes hospitalizados quanto ao risco de tromboembolismo venoso com escores adequados para sua condição clínica ou cirúrgica (ex.: escore de risco para tromboembolismo de Pádua e de Caprini, respectivamente), bem como avaliação do risco de sangramento. Adicionalmente, devem ser colocadas em prática múltiplas estratégias de checagem da implementação do manejo farmacológico ou não farmacológico adequado por diferentes profissionais, incluindo: revisão da avaliação do risco de tromboembolismo. Revisão da prescrição. Dupla checagem independente da dose de enoxaparina prescrita antes da dispensação e administração. Avaliação de duplicidades terapêuticas com outros anticoagulantes. E monitoramento de parâmetros de efetividade e de segurança.

Compartilhar