Discute o lugar da categoria profissional de Enfermagem no enfrentamento à pandemia pelo novo Coronavírus no Brasil, questionando a docilidade dos corpos.
O atual desafio de saúde mundial concentra-se na COVID-19, a qual suscita para seu enfrentamento além das medidas farmacológicas e outras mais, intervenções simples e de grande impacto no avanço da atual pandemia, a exemplo do controle do ambiente. Tais medidas se aproximam de ações de controle do ambiente, tanto nos hospitalares quanto nos domésticos que, de certo modo, trazem à memória os princípios adotados por Florence Nightingale na Guerra da Crimeia, registrados em sua obra seminal, traduzida no Brasil como “Notas sobre Enfermagem: o que é e o que não é”.
Enfermeiras de todo o mundo são convocadas mais uma vez a revisitar os escritos de Nightingale e, em caráter emergencial adotar postura semelhante – observar em profundidade e descrever com propriedade a situação atual de modo que se consiga ter a visão mais clara possível da contribuição da enfermeira utilizando-se de instrumentos de resolução de problemas, dentre eles, o Processo de Enfermagem.
A partir dos conceitos de Florence e com base no contexto atual que a profissão enfrenta com a pandemia, esta reflexão, embasada no referencial foucaultiano, suportada na obra: “Vigiar e Punir” de Michel Foucault, para analisar referenciais sócio históricos e normativos, reguladores da Enfermagem, e tem o objetivo de discutir o lugar da profissão de Enfermagem no enfrentamento à pandemia pelo novo Coronavírus no Brasil, questionando a docilidade dos corpos.
Para estruturação do estudo, revisitou-se a literatura atual sobre a temática, juntamente com análise de documentos oficiais de Enfermagem, seguido de leitura aprofundada para dissecação dos achados consubstanciais do processo crítico e reflexivo, organizadas por dimensões de análise.