Distúrbios Psíquicos Menores em Trabalhadores de Enfermagem de Um Hospital Psiquiátrico

5 de novembro de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Descreve a frequência de suspeição de distúrbios psíquicos menores e os sintomas em trabalhadores de Enfermagem de um hospital psiquiátrico.


O conceito de distúrbios psíquicos menores (DPM) desenvolveu-se na década de 1970, por meio de pesquisas sobre o adoecimento mental no âmbito da Atenção Primária à Saúde, cuja expressão se refere a um conjunto de sintomas não psicóticos, entre os quais insônia, fadiga, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração e queixas somáticas. Tais sintomas acarretam intenso sofrimento psíquico e podem estar associados à diminuição da capacidade para o trabalho e ao absenteísmo por doença, sendo um importante problema de saúde pública.

Distúrbios Psíquicos Menores em Trabalhadores de Enfermagem de Um Hospital Psiquiátrico

Distúrbios Psíquicos Menores em Trabalhadores de Enfermagem de Um Hospital Psiquiátrico.

 

Distúrbios Psíquicos Menores, segundo a OMS

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), existe um elevado porcentual de DPM em trabalhadores das mais diversas áreas, dentre elas a da Saúde, em decorrência do estresse laboral. Considerando que os trabalhadores de Enfermagem compõem de forma expressiva o contingente de profissionais da rede de saúde do Brasil, é relevante pesquisar a suspeição de DPM nesse grupo, pois se trata de uma categoria cujo trabalho é baseado em inúmeras atividades que mantêm relação com outros profissionais e, geralmente, desenvolvidas sob alta pressão por conta das demandas cognitivas e psicomotoras decorrentes de seu cumprimento.

Apesar de a Reforma Psiquiátrica ter contribuído para a criação dos novos dispositivos de cuidado em saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), as Residências Terapêuticas (RT) e outras modalidades de atendimento, persiste a necessidade de internação de pacientes com quadros psiquiátricos graves em hospitais psiquiátricos. Dentre as categorias profissionais que atuam nesse ambiente, a Enfermagem é uma das mais expostas ao risco de adoecimento em função das cargas físicas e psíquicas do trabalho, diante da necessidade de observação contínua e de intervenções em pacientes com quadros de agitação psicomotora e riscos de fuga, automutilação, suicídio e outras emergências psiquiátricas.

Trabalhadores de saúde mental

Os trabalhadores de saúde mental no País enfrentam uma série de condições adversas no trabalho em virtude do déficit de pessoal e da insuficiência de recursos materiais e de infraestrutura. Há também problemas relativos aos vínculos empregatícios temporários e aos que dizem respeito à comunicação entre as equipes e os serviços substitutivos que compõem a rede de atenção psicossocial no País. Outros fatores que podem acarretar o sofrimento no trabalho são as características dos usuários atendidos nos serviços em que se evidenciam baixo poder aquisitivo, condições de vida impróprias e o fato de essas pessoas residirem em áreas marcadas pela violência. A produção científica sobre a saúde dos trabalhadores que atuam nos serviços de psiquiatria no País, apesar da inquestionável relevância, ainda é escassa.

Identificou-se que, apesar de haver produção de artigos sobre os transtornos mentais comuns em várias áreas e grupos humanos, inclusive na Enfermagem, há incipiência de estudos com a participação de trabalhadores da Psiquiatria. No intuito de refletir sobre aspectos voltados para a prevenção do estresse psicossocial e a promoção da saúde mental nessa parcela de trabalhadores, o presente estudo teve como objetivos descrever a frequência de suspeição de distúrbios psíquicos menores e os sintomas em trabalhadores de Enfermagem de um hospital psiquiátrico.

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