Reflete sobre os dilemas e perspectivas dos recursos humanos em saúde no contexto da pandemia à luz do marco teórico e conceitual da educação interprofissional.
O ano de 2020 marca o bicentenário de nascimento de Florence Nightingale, pioneira da Enfermagem, reconhecendo sua contribuição para a saúde e para a humanidade. A história da Enfermagem, tecida e reconstruída ao longo do tempo tem como elemento essencial o cuidado humano. Desde as primeiras civilizações, o cuidado está vinculado à satisfação das necessidades humanas básicas.
Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OMS/OPAS) reconhecem a importância dos profissionais de enfermagem para ampliação e melhoria do acesso e cobertura dos sistemas de saúde. A Enfermagem é uma profissão caracterizada pelo cuidado, reconhecida pela sua atuação em diversas situações da vida humana. Porém, diante do impacto global causado pela pandemia da COVID-19 observamos estarrecido um cenário caótico, extremamente complexo, delicado que descortina um horizonte de dúvidas, medo e insegurança em relação à capacidade de resposta e atendimento das equipes e sistemas de saúde espalhados pelo mundo inteiro. Essa grave crise exige uma capacidade de mobilização e enfrentamento sem precedentes na história da humanidade.
Outra questão importante e de impacto global é a escassez de recursos humanos de saúde em todo o mundo. Um alerta emitido pela OMS revelou a existência de um déficit expressivo de profissionais das diferentes áreas da saúde. O dimensionamento de pessoal necessário divulgado pela agência é de 18 milhões de profissionais. Os locais mais afetados por esse déficit são regiões e comunidades remotas, de difícil acesso e de baixa renda.
Percebe-se, entretanto, a urgente necessidade de investimentos em postos de trabalho, assim como de treinamentos e capacitações compatíveis e centrados nas necessidades de saúde da população. Planejar medidas para alocação de recursos, monitoramento da oferta e disponibilidade de serviços, é crucial para avaliar avanços, corrigir retrocessos, apoiando direitos em defesa da equidade em saúde.
Esse artigo tem como objetivo refletir sobre os dilemas e perspectivas dos recursos humanos em saúde, no contexto da pandemia à luz do marco teórico e conceitual da educação interprofissional.