A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a mais frequente das doenças cardiovasculares. É também o principal fator de risco para complicações como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal. Estima-se que entre os 12 milhões de hipertensos do Brasil, apenas 10% são tratados efetivamente. O mesmo quadro pode ser identificado em diferentes faixas etárias, sendo que nos indivíduos idosos o índice de hipertensos chega a 65%, havendo, igualmente, uma prevalência considerável em crianças e adolescentes.
Leia Mais:
O manejo da HAS é complexo, mesmo em ambulatórios de referência o controle pressórico é insatisfatório, havendo um número expressivo de pacientes com pressão não controlada. Alguns estudos demonstraram que cerca da metade dos hipertensos não apresentam a pressão arterial controlada.
Entre as causas mais citadas para hipertensão não controlada está a má adesão ao tratamento. A adesão ao tratamento corresponde ao grau de seguimento do paciente a determinada prescrição/orientação, sendo compreendida como problema multifatorial. As taxas de adesão são mais altas em pacientes com condições agudas, quando comparado a portadores de doenças crônicas. A persistência entre os pacientes crônicos é muito baixa, diminuindo drasticamente após os primeiros seis meses de terapia.
A HAS, por ser multifatorial, necessita de abordagem multiprofissional para atingir melhores resultados. Entre os profissionais atuantes no cuidado aos hipertensos estão os enfermeiros. A responsabilidade do cuidar, realizado pela enfermagem, exige que as suas decisões sobre as intervenções propostas sejam fundamentadas na avaliação do estado de saúde do indivíduo. Para realizar esta avaliação, é importante que se utilize o processo de enfermagem, pois por meio dele é possível identificar as necessidades de cuidado ao paciente de forma individual e integral.