Mostra como os enfermeiros e fisioterapeutas cuidam de mulheres idosas com incontinência urinária na Atenção Primária de Saúde
O processo de transição demográfica e epidemiológica nos últimos anos no Brasil traz questões decisivas para os gestores, pesquisadores e profissionais da saúde. Contudo, o aumento de pessoas idosas é um fenômeno mundial, que ocorre de forma acelerada. Devido a essa transição, sobreveio também uma alteração epidemiológica, ou seja, as doenças infectocontagiosas diminuíram e aumentaram as doenças crônicas não transmissíveis.
Nesse contexto de transformações surgiram novos desafios para o cuidado. Os profissionais precisam estar preparados para atender as necessidades desse grupo populacional, uma vez que exigem cuidados que vão se tornando cada vez mais complexos com a idade.
Uma das condições que intervém na saúde do idoso são os problemas identificados na geriatria, como as síndromes independentemente de doenças específicas, como é o caso da incontinência urinária (IU), que afeta pessoas de qualquer idade, mas de forma mais enfática à população idosa. Esse problema atinge principalmente as mulheres idosas, uma vez que estão mais predispostas aos fatores de risco.
Diante do exposto, os cuidados para a IU são importantes para a assistência na APS, os sintomas causam desconfortos, perda da autoconfiança, interferindo de forma negativa na qualidade de vida. Ainda que, geralmente, ocorre uma subnotificação desse agravo, a presença do mesmo é muito frequente, de 30 a 60%, dependendo do grau de fragilidade, podendo representar um problema de saúde pública.
A sensibilidade dos profissionais da APS para investigar a ocorrência de IU é fundamental, nesse nível de atenção que podem ser concentrados os esforços no sentido de desenvolver ações buscando a prevenção da IU e/ou minimizando complicações e danos à saúde. Os profissionais da enfermagem e fisioterapia possuem um papel essencial, por terem a oportunidade de identificar e tratar o problema da IU, além de poderem trabalhar com estratégias para orientações e autocuidado.
Essas questões demonstram a necessidade de aprofundar os aspectos que circundam a assistência recebida pelas mulheres idosas com IU na APS. Frente a isso, este estudo teve como objetivo: conhecer como os enfermeiros e fisioterapeutas que cuidam de mulheres idosas com incontinência urinária na Atenção Primária de Saúde.