Israel se destacou durante a pandemia por ser o país com maior proporção populacional de pessoas vacinadas contra a Covid-19.
Na coluna desta quinta-feira, Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da USP (CEGH-CEL), repercute um artigo publicado na revista The New York Times sobre segurança pública, discriminação, livre escolha e privacidade em Israel.
O país, com 9 milhões de habitantes, já havia vacinado metade de sua população até o final da primeira quinzena de fevereiro. Se compararmos ao Brasil, seria o equivalente a imunizar cerca de 100 milhões de brasileiros. Uma meta, segundo a geneticista, difícil de ser alcançada.
Mayana fala sobre as regras impostas pelo país para monitorar casos de covid-19. Já no terceiro lockdown, questões éticas relacionadas ao monitoramento ainda antes da vacinação em massa começar já eram amplamente discutidas. Através de um aplicativo instalado no celular, autoridades rastreavam a movimentação das pessoas e quem estivesse a mais de 500 metros da sua residência era punido com multas pesadas.
O congresso israelense votou a favor de reabrir shoppings, museus, hotéis, clubes e escolas desde que sigam algumas condições. Por exemplo, para poder entrar nesses locais, é necessário mostrar um certificado de vacinação ou um atestado com a comprovação de que foram curados da doença.
A partir dessas questões, Mayana fala sobre o direito de escolha, o respeito à privacidade e à movimentação das pessoas. “Uma coisa é decidir sobre o próprio corpo e a outra é colocar em risco pessoas ao nosso redor”, argumenta.