Compreende a corporalidade presente nas práticas características da Enfermagem.
O presente trabalho objetivou compreender a corporalidade presente nas práticas características da enfermagem, traçando como foco de análise o entendimento de como o fazer destes profissionais estaria atravessado por uma modulação corporal particular, se constituindo como parte importante do seu aprendizado.
Partimos, assim, da premissa de que corpo consistiria em uma construção social e cultural, entendido não somente como uma superfície na qual os aspectos socioculturais se inscreveriam, mas como uma matriz de sentidos, através do qual a experiência dos sujeitos adquire significado.
Nesse sentido, conduzimos nossa investigação através de uma etnografia realizada com estudantes e professores da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora, por meio da qual empreendemos um mergulho sob as diversas práticas que são próprias da atuação de enfermeiras e enfermeiros, o que permitiu que alcançássemos a compreensão de como o corpo se apresentava como uma dimensão central através do qual os estudantes se construíam enquanto profissionais da enfermagem.
Assim, buscaremos apontar como o corpo enfermeiro era construído em suas posturas, gestos, movimentos e sensorialidades e que, ao ser treinado por um conhecimento particular, se tornava capaz de se movimentar de maneira específica e apto a detectar aspectos imperceptíveis diante de sentidos leigos.
Por fim, mostraremos como a construção da dimensão corporal envolvia, também, uma construção das sensibilidades, expressa por um gerenciamento das emoções através do corpo.