Controle de Infecção em Unidade de Medicina Diagnóstica Extra-Hospitalar: Biópsia de Próstata

29 de novembro de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Identifica, avalia sistematicamente e sumariza as melhores evidências científicas disponíveis sobre o evento adverso relacionados à infecção relacionado ao procedimento ambulatorial de biópsia de próstata.


O atendimento extra-hospitalar é caracterizado pelo procedimento realizado a pacientes que não se encontram em regime de internação em hospital. O risco de aquisição de infecção em serviços extra-hospitalares normalmente é baixo, existem estudos que demonstram a ocorrência e a dinâmica da transmissão de microrganismos, porém são dados escassos. A falta desses dados acaba gerando uma dificuldade em diagnosticar infecções relacionadas à assistência à saúde devido a curta permanência do paciente e pela dificuldade de diferenciar as infecções adquiridas na comunidade.

Controle de infecção em unidade de medicina diagnóstica extra-hospitalar: biópsia de próstata

Objetivo: Identificar, avaliar sistematicamente e sumarizar as melhores evidências científicas disponíveis sobre o evento adverso relacionados à infecção relacionado ao procedimento ambulatorial de biópsia de próstata, identificar os principais microrganismos, o perfil de resistência bacteriana dos pacientes submetidos a biópsia de próstata no ambiente ambulatorial na vigência de profilaxia antimicrobiana. Método: Revisão sistemática de Infecção Relacionada à Biopsia de Próstata e um estudo tipo coorte retrospectivo para avaliação da prevalência dos sintomas infecciosos relacionados ao procedimento de biópsia de próstata realizados no ambiente extra-hospitalar no período de 2016 a 2018, correlacionando os exames realizados (hemocultura e urocultura) e o perfil de resistência aos antimicrobianos.

Resultados: Os resultados foram apresentados em forma de dois artigos. No artigo 1 foram incluidos 13 artigos na revisão, os aspectos avaliados foram a utilização de antibioticoprofilaxia, material coletado para análise microbiológica, microrganismo isolado e perfil de sensibilidade. Foi observado a importância de se realizar um protocolo institucional para a realização da profilaxia antimicrobiana nos pacientes submetidos ao exame biópsia de próstata. No artigo 2 foi estudado o período de janeiro de 2016 a dezembro de 2018, com a realização de 3570 exames de biópsia de próstata, os 491 pacientes incluídos no estudo foram os que apresentaram sinais e sintomas após a sua realização, os critérios utilizados foram os descritos pelo Centers Diseases Control (CDC). Dos 491 pacientes (11,7%) apresentaram critérios de infecção após o exame, destes 38 (9%) pacientes apresentaram critérios para internação hospitalar e os dados corroboram com as evidências encontradas na Revisão Sistemática.

Conclusão: No artigo 1, Ressalta a importância da instituição de saúde possuir um protocolo para profilaxia antimicrobiana visando evitar a resistência microbiana e assim direcionar o tratamento em caso de sinais infecciosos após a realização do exame. No artigo 2, notamos as características dos pacientes submetidos ao exame de biópsia de próstata, os sinais e sintomas mais comuns e a importância do monitoramento do paciente após a realização do exame. Em ambos os artigos, destacamos a importância de se instrumentalizar a atividade do enfermeiro no controle de infecção nas unidades de medicina diagnóstica, bem como elaborar protocolos adaptados a esta realidade.

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