31 de agosto de 2021 por filipesoares
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Identifica e sintetiza o conceito de Controle Ineficaz da Saúde.
A síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) corresponde ao período mais avançado da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Apresenta-se como um desafio global, desde a sua descoberta, com estreita relação aos aspectos clínicos, epidemiológicos, econômicos, socioculturais e familiares, repercutindo na necessidade da implementação de políticas públicas para o enfrentamento das barreiras estruturais e sociais para o diagnóstico e intervenções, bem como discriminação e estigma associados à pessoa vivendo com HIV/aids (PVHA). No mundo, estima-se que 37,9 milhões de pessoas vivam com o vírus. No Brasil, desde o início da epidemia, de 1980 até junho de 2019, o número de casos diagnosticados é de 966.058, com um registro anual numa média de 39 mil novos casos nos últimos cinco anos.
Controle Ineficaz da Saúde: Análise de Conceito. Foto: Divulgação
A aids institui mudanças no estilo de vida, que se relacionam aos comportamentos e crenças apreendidos e arraigados pelas pessoas na convivência social. Portanto, é inegável que o controle da saúde da PVHA não se limita apenas à abordagem do corpo doente, mas requer que seja lavo em consideração a experiência de vida e a subjetividade como perspectivas indispensáveis no processo de adoecer e cuidar de si.
O diagnóstico de “Controle Ineficaz da Saúde” está presente na Taxonomia II da NANDA-I no Domínio 1 – Promoção da Saúde, Classe 2 – Controle da Saúde. É definido como “Padrão de regulação e integração à vida diária de um regime terapêutico para tratamento de doenças e suas sequelas que é insatisfatório para alcançar metas específicas de saúde”. Todavia, percebe-se que há lacunas quanto às suas características definidoras com relação à população de PVHA.
Destarte, os profissionais envolvidos na assistência à PVHA, sobretudo os enfermeiros, necessitam compreender que as intervenções são complexas e visam favorecer o autocontrole da saúde por parte do paciente. É importante que o enfermeiro se certifique de que o paciente compreendeu as informações recebidas e do quanto as leva em consideração, promovendo meios para uma conscientização no tocante aos resultados positivos do tratamento visando evitar o controle ineficaz da saúde. Nesse contexto, o enfermeiro deve utilizar a capacidade cognitiva, seus conhecimentos científicos, raciocínio clínico e experiência prática para avaliar as manifestações clínicas apresentadas pelo indivíduo, identificando os Diagnósticos de Enfermagem (DE) de modo a direcionar as intervenções de enfermagem para uma assistência adequada.
Para tal, lançou-se mão da análise de conceito como um recurso metodológico que objetiva examinar os elementos básicos de um conceito, auxiliar na definição de conceitos obscuros, além de permitir a construção de hipóteses que reflitam com precisão as relações entre os conceitos. Embora os diagnósticos propostos pela NANDA-I sejam bem reconhecidos e aplicados em diversos cenários clínicos, entende-se haver limitações na sua definição quanto a áreas específicas (p.ex., a da PVHA), o que justifica desenvolver estudos em busca de acurácia diagnóstica e refinamento conceitual para definição de intervenções de enfermagem apropriadas; ademais, torna-se possível trazer visibilidade para a enfermagem enquanto ciência.
Com isso, surgiu a necessidade de conhecer novos indicadores clínicos para o diagnóstico de enfermagem “Controle Ineficaz da Saúde”, aplicado às PVHAs, por meio dos seguintes questionamentos: Quais os indicadores clínicos que caracterizam o Controle Ineficaz da Saúde em pessoas vivendo com aids? Quais os fatores que antecedem o Controle Ineficaz da Saúde e suas consequências em pessoas vivendo com aids?
Assim, torna-se essencial a clarificação de novos indicadores clínicos que possibilitem maiores evidências e suporte teórico para fundamentar a prática de enfermagem direcionada ao diagnóstico Controle Ineficaz da Saúde em PVHA.
