Constrói uma cartilha educativa para orientações no cuidado na Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro em pacientes submetidos ao Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas.
Algumas doenças hematológicas malignas e não malignas têm como tratamento de escolha o Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas (TCTH). Trata-se de terapêutica longa e que envolve riscos e complicações que acometem diferentes órgãos, necessitando de manejos adequados e específicos para cada paciente.
O TCTH se subdivide em autólogo e alogênico, de acordo com o tipo de doador das células-tronco. No TCTH autólogo, as células são coletadas do próprio paciente, antes da fase de condicionamento, assim, são armazenadas e reinfundidas posteriormente. No TCTH alogênico, as células provêm de um doador aparentado ou não ao paciente.
Apesar de todo o sucesso do transplante alogênico, observa-se uma grave complicação, a Doença do Enxerto Contra Hospedeiro (DECH), que predispõe a altas taxas de morbidade, com limitação da sobrevida e piora na qualidade de vida dos pacientes.
A DECH pode ser classificada como aguda ou crônica, sendo que, na fase aguda, acomete, principalmente, a pele, o fígado e o trato gastrointestinal. As manifestações cutâneas ocorrem em forma de erupções, em especial nas extremidades cefálicas, como orelhas, pescoço e ombros, planta dos pés e palmas das mãos. O comprometimento hepático é classificado pelos níveis de bilirrubina e demais enzimas hepáticas; já as lesões do trato gastrointestinal, são avaliadas pela intensidade e volume de diarreia, vômitos, enterorragia e dor abdominal.
A DECH crônica se assemelha a doenças que apresentam características autoimunes e fibróticas, classificada de acordo com a extensão acometida, limitando-se em apenas um órgão ou podendo abranger múltiplos. Em alguns casos, há a ocorrência simultânea de DECH aguda e crônica, assim, é denominada DECH overlap, associada a índices elevados de mortalidade, devido à predisposição para complicações infecciosas oportunistas.
Neste cenário, o enfermeiro participa de todas as etapas do tratamento, fornecendo orientações para o cuidado antes, durante e após o procedimento, a fim de prevenir e ou identificar precocemente a complicação, aliado ao cuidado técnico. Tais orientações contribuem com um desfecho favorável.
Fornecer orientações e preparar paciente e cuidador para o cuidado fazem parte do processo de educação em saúde, que deve ser realizado a fim de viabilizar a continuidade do cuidado.
Destaca-se que, nesse processo, devem ser utilizadas estratégias que facilitem a compreensão das orientações de cuidado, sejam elas preventivas ou de tratamento da DECH. Para tanto, a construção de uma cartilha educativa, abordando os cuidados a serem realizados pelo paciente e seu cuidador, contribui para guiar as orientações realizadas
pelo enfermeiro de TCTH.
Frente ao exposto, este estudo teve como objetivo construir uma cartilha educativa para orientações no cuidado na Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro em pacientes submetidos ao Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas.