Relata a experiência vivenciada por integrantes da equipe do Projeto Pet Terapia da Universidade Federal de Pelotas no planejamento e desenvolvimento de oficinas interativas sobre a temática das Intervenções Assistidas por Animais.
A interação homem/animal desperta interesse de pesquisadores da saúde e áreas afins, que buscam identificar os potenciais benefícios dessa relação para a saúde humana. Alguns estudos identificaram mecanismos envolvidos nesse processo que promovem sensações de prazer e bem-estar, como redução significativa de cortisol (hormônio relacionado ao estresse), aumento da ocitocina (hormônio relacionado ao prazer, estimula a afetividade), tanto na pessoa que recebe a intervenção quanto no animal envolvido na atividade, comparando parâmetros antes e após a intervenção com cães de terapia.
Nesse sentido, as Intervenções Assistidas por Animais (IAAs) podem vir beneficiar crianças, jovens e adultos na promoção de saúde e bem estar destes. IAAs são programas que incluem animais como facilitadores do processo terapêutico em benefício da saúde, podendo ser implementadas em instituições, escolas e outros locais que prestam serviços de saúde, lazer e educação.
São abordagens, onde o vínculo com os animais influência de forma positiva sobre a qualidade de vida dos assistidos, desenvolvidas e acompanhadas por profissionais devidamente capacitados, com objetivo de promover o desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo e social dos pacientes que necessitam de tais cuidados.
As IAAs podem ser classificadas em três categorias distintas, classificadas como: Terapia Assistida por Animais (TAA), que são intervenções direcionadas para promover a melhora física e social, por meio de atividades pré-estabelecidas para cada situação específica, envolvendo diretamente um profissional da saúde; a Atividade Assistida por Animais (AAA) caracterizada por atividades lúdicas de recreação, com finalidade de promover melhora emocional e motivacional das pessoas assistidas; Educação Assistida por Animais (EAA) utilizada na educação pedagógica de crianças com dificuldades de aprendizagem.
Para que as atividades sejam desenvolvidas com segurança e eficácia, é necessário que uma equipe multidisciplinar esteja envolvida, mais precisamente, o ideal é que esta equipe seja composta por veterinários, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais, trabalhando em conjunto, para planejamento, acompanhamento e aplicação da abordagem mais adequada a cada tipo de paciente, bem como acompanhar as atividades e o bem-estar dos animais e dos pacientes.
Na Enfermagem e em outras áreas no campo da saúde, as intervenções com animais, principalmente com o cão de terapia, vêm sendo bastante utilizada, particularmente em ambientes hospitalares, como prática avançada de cuidado, na promoção do bem-estar de crianças hospitalizadas e suas famílias, amenizando o estresse por meio de um ambiente lúdico e acolhedor, sendo animal um facilitador do processo terapêutico. O contato com os animais promove melhora no humor, estimula afetividade, promove interação social, auxilia no enfrentamento das emoções negativas e proporciona experiências agradáveis, vindo ser uma terapia complementar às terapias tradicionais.
O presente artigo tem por objetivo relatar a experiência vivenciada por integrantes da equipe do Projeto Pet Terapia da Universidade Federal de Pelotas, no planejamento e desenvolvimento de oficinas interativas sobre a temática das Intervenções Assistidas por Animais, bem como, refletir a relevância deste método interativo para ampliação do conhecimento sobre as IAAs como prática complementar de cuidado em saúde. As oficinas foram projetadas, elaboradas e ministradas por doutorandas, residentes e docentes das áreas da Enfermagem e Medicina Veterinária, que integram o Projeto Pet Terapia.