Conhecimento de Profissionais de Enfermagem Sobre Cuidados Paliativos em Unidades de Internação Clínica

9 de dezembro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Identifica o conhecimento dos profissionais de Enfermagem sobre cuidados paliativos nos setores de clínica médica.


No contexto de trabalho da enfermagem, observa-se que os profissionais, por estarem envolvidos na rotina diária de cuidados, acabam não observando as peculiaridades que envolvem os cuidados aos clientes sem perspectiva de cura, quando comparados aos demais clientes. Diante de tal realidade, tornam-se necessários estudos sobre a importância dos cuidados paliativos, a fim de prover informações e evidências acerca da qualificação e qualidade dos cuidados de enfermagem ofertados ao paciente neste quadro clínico, principalmente nas situações laborais em que os profissionais parecem ter pouco conhecimento sobre a temática e a sobrecarga de trabalho possivelmente envolvida.

Conhecimento de Profissionais de Enfermagem Sobre Cuidados Paliativos em Unidades de Internação Clínica

Conhecimento de Profissionais de Enfermagem Sobre Cuidados Paliativos em Unidades de Internação Clínica. Foto: Divulgação

Acrescenta-se que o cuidado de pacientes terminais exige muito mais do que conhecimentos técnico-científicos: requer a compreensão a fundo da individualidade de cada pessoa que se encontra sob cuidados paliativos, a partir de um relacionamento interpessoal de valorização do indivíduo, contribuindo, consequentemente, com o processo de humanização. Portanto, profissionais de enfermagem devem receber capacitação para atender essa clientela que demanda assistência, cujo enfoque central não está relacionado a cura, mas sim ao bem-estar.

Outro aspecto importante é o fato de que a maioria dos profissionais, que trabalham com pacientes que se encontram no fim de sua vida, não apresentam o treinamento adequado para esse cuidado, e uma proporção significativa não conhece a legislação vigente sobre cuidados paliativos. Tal condição pode ter relação com a carência de disciplinas que tratam do tema sobre a morte nos currículos de formação acadêmica, além da pouca oferta de serviços relacionados aos cuidados paliativos na sociedade brasileira. Essas condições constituem barreiras que se colocam frente a um novo olhar ao paciente terminal, pois o paciente não é só biológico ou social, ele é também um ser espiritual e psicológico, e deve ser amparado de forma ampla e abrangente, sendo cuidado em todas as esferas.

Na prática clínica, verifica-se a existência de um suporte tardio ou ineficaz no cuidado ao paciente terminal. Isso dificulta o manejo precoce de sintomas físicos e emocionais para promoção do conforto e o bem-estar, à medida que a adoção precoce de medidas de conforto ao paciente e seus familiares contribui para a maior qualidade no cuidado de enfermagem ofertado.

Cuidados Paliativos

Outro fator relevante para o estudo sobre os cuidados paliativos está relacionado à projeção do Instituto Nacional do Câncer (INCA), ao estimar que as neoplasias malignas serão a segunda causa de mortalidade na população, contribuindo para maior demanda de pacientes que necessitarão de profissionais qualificados para a assistência durante a terminalidade de vida.

No que diz respeito ao cuidado de enfermagem, especialmente aquele ofertado a pacientes em fase terminal de vida, é importante valorizar aspectos subjetivos ligados a relação interpessoal, como a escuta solidária que contribui para o paciente expressar seus sentimentos. Assim, a equipe de enfermagem deve desenvolver a habilidade de utilizar a escuta como uma ferramenta do cuidado para melhor percepção das necessidades do paciente terminal oncológico.

No entanto, outras abordagens como a abertura para escuta e prática espiritual à pacientes sob cuidados paliativos são também relevantes, embora ainda exista despreparo dos profissionais para lidar com as mesmas. Desse modo, a presença do familiar é indispensável para auxiliar no cuidado de forma humanizada. Tal condição reforça a necessidade de capacitação permanente desses profissionais, a fim de minimizar quaisquer dificuldades em relação a abordagem dos familiares no momento de terminalidade de vida.

Diante de tais considerações, questiona-se: qual o conhecimento da equipe de enfermagem quanto aos cuidados paliativos em setores de internação clínica? Assim, este estudo teve como objetivo descrever o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre cuidados paliativos nos setores de clínica médica.

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