Compreende o conhecimento de enfermeiras sobre a sucção não nutritiva no manejo da dor do recém-nascido.
A dor sentida pelo recém-nascido, bem como seus malefícios durante longos períodos, foi negada por clínicos e pesquisadores, devido à crença de que ele não sentia dor. Contudo, nas últimas quatro décadas, a dor passou a ser objeto de investigação, frente ao conhecimento de que o sistema nociceptor em formação, possui a capacidade de transmitir impulsos através do córtex cerebral a partir da 16ª semana de gestação, completando sua transmissão após a 26ª semana.
A dor é mais comum e intensa nos recém-nascidos que são admitidos na unidade de terapia intensiva neonatal, devido aos procedimentos dolorosos e repetidos a que são submetidos rotineiramente. Entende-se, portanto, que a dor, frente ao cuidado prestado ao recém-nascido nesse tipo de unidade, sempre se fará presente, e que apesar de suas manifestações aos estímulos dolorosos se apresentarem de forma inespecífica e desorganizada, ela é bem mais forte e aguda do que em crianças maiores e adultos, pois a imaturidade do sistema inibitório reduz a capacidade de modular tais experiências.
Uma gama de fatores se entrelaça sobre essa questão, dentre elas, a incapacidade do recém-nascido em verbalizar a dor, tornando-os dependentes de outros para o reconhecimento e tratamento dela, a capacidade dos profissionais de saúde em distinguir e interpretar corretamente as alterações através das respostas fisiológicas e comportamentais do recém-nascido, bem como o uso de medidas não farmacológicas como analgesia na prática clínica neonatal.
Desse modo, o cuidado adequado ao desenvolvimento do recém-nascidos inclui adoção de estratégias para minimizar o estresse do ambiente, controlando estímulos, sobretudo dolorosos, mínimo manuseio, além do correto posicionamento dele. Uma das estratégias adotadas se refere ao uso de soluções adocicadas para controle da dor do recém-nascido, frente à realização de procedimentos dolorosos, evidências científicas, embasam o uso da sucção não nutritiva como medida não farmacológica, tanto de forma isolada quanto associada a algum carboidrato, como glicose a 25% ou sacarose. Contudo, essa medida apresenta variação quanto ao seu uso na prática clínica neonatal, sendo realizada, muitas vezes de forma empírica, apoiada em conhecimentos prévios e particulares de cada profissional.
O déficit de formação na temática é uma barreira importante para o tratamento da dor por parte dos profissionais de enfermagem. Entretanto, a adequada avaliação da dor precisa permear a tomada de decisão desses profissionais na prática clínica para a implementação de medidas terapêuticas assertivas, o que contribui na prestação de uma assistência adequada e humanizada frente às reais necessidades apresentadas. Nessa diretiva, destaca-se a seguinte questão da pesquisa: qual o conhecimento de enfermeiras sobre a sucção não nutritiva como método de analgesia não farmacológica para o manejo da dor no recém-nascido?
O objetivo deste estudo foi compreender o conhecimento de enfermeiras sobre a sucção não nutritiva para o manejo da dor no recém nascido.