Configuração da Rede de Cuidados Às Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Perspectiva da Integração

16 de março de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Descreve a configuração da Rede de Cuidados às Doenças Crônicas não Transmissíveis em um Distrito Sanitário na perspectiva da integração.


O Sistema Único de Saúde (SUS) constitui um modelo assistencial centrado no usuário, balizado por princípios e diretrizes com ações em saúde em Rede regionalizada e hierarquizada. Nesse âmbito, a integralidade subentende ações preventivas/curativas, individuais/coletivas com vistas ao atendimento das necessidades de saúde.

Configuração da Rede de Cuidados Às Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Perspectiva da Integração

Configuração da Rede de Cuidados Às Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Perspectiva da Integração.

A concepção aqui defendida sugere a integralidade vinculada objetivamente à integração dos serviços e/ou dos profissionais, em condição de interdependência, pois nenhum dispositivo e profissional, isolados, possuem todos os recursos necessários para solução dos problemas de saúde.
Nos últimos anos, o SUS avançou significativamente, destacando-se a Atenção Primária em Saúde (APS). Dentre os avanços, é instaurada a reorganização do sistema nas Redes de Atenção à Saúde (RAS), com ações e serviços de saúde articulados em nível de complexidade crescente para tentar superar a fragmentação na assistência.
A ampliação de serviços e do acesso na APS foram importantes para o enfrentamento de situações emergentes como as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT). Entretanto, a complexidade das DCNT, com longa ou incerta duração, múltiplas causas e tratamento contínuo com mudança de estilo de vida, demandam o cuidado de inúmeros profissionais e serviços.

Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil

No Brasil, as DCNT se constituem como um dos maiores problemas de saúde pública. Entre os anos de 1990 e 2015, as DCNT tiveram altas taxas de mortalidade , sendo as principais causas de mortes em indivíduos entre 30-69 anos de idade. Contribuíram com um impacto econômico negativo de aproximadamente 4 bilhões de dólares americanos entre 2006 e 2015, decorrente de custos diretos com assistência médica, medicamentos, internações, exames, procedimentos, fisioterapia e reabilitação; e de custos indiretos ligados a perdas na produção e renda, empregos e absenteísmo.
Considera-se, portanto, que a integração dos cuidados representa uma alternativa viável para reestruturação desse contexto, se consolidando em uma resposta para vários problemas dos sistemas de saúde, possibilitando ganhos na qualidade assistencial.
Vários estudos têm sido desenvolvidos para contribuir com o entendimento acerca da integração e dissipar significados que provocam ambiguidades conceituais. Nesse estudo, propõe-se enfatizar o referencial teórico que pressupõe a integração um processo que envolve a criação e a manutenção de uma estrutura comum entre partes independentes (indivíduos ou organizações) com a finalidade de coordenar sua interdependência possibilitando um projeto coletivo.
A integração é considerada em um espaço com um sistema de valores (que permitem comunicação entre indivíduos e coordenação de suas ações), uma estrutura organizacional (aspectos relacionados a gestão, como distribuição de poder e responsabilidades; financiamento e informação) e um sistema clínico (regulamentação profissional).
Esse espaço resulta em um sistema integrado com cinco dimensões: integração de cuidados; integração da equipe clínica; integração funcional; integração normativa e integração sistêmica. A última dimensão estabelece relações entre um ambiente local com o sistema mais amplo e as demais dizem respeito à interação entre indivíduos e organizações, em uma situação de interdependência. As dimensões da integração garantem coesão entre o sistema de valores, a estrutura organizacional e o sistema clínico, criando uma estrutura com profissionais e serviços que interagem o tempo todo.
Com base no exposto, questiona-se como se configura a Rede de cuidados às Doenças Crônicas não Transmissíveis em um Distrito Sanitário na perspectiva da integração. Assim, este estudo objetivou descrever a configuração da Rede de Cuidados às Doenças Crônicas não Transmissíveis em um Distrito Sanitário na perspectiva da integração.
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