Condições de Trabalho de Enfermeiros da Atenção Primária à Saúde nas Capitais da Região Sudeste do Brasil

3 de abril de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a categoria “condições de trabalho” oriunda da pesquisa “Práticas de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde: estudo nacional de métodos mistos”, com foco nas capitais da região Sudeste do Brasil.


Nas últimas décadas, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem se consolidando como orientador das políticas de saúde no Brasil e transformando antigos paradigmas que restringiam o acesso à saúde. Ampliação da oferta de serviços, atendimento integral e acompanhamento longitudinal são alguns dos pressupostos que devem superar a ênfase no modelo biomédico, dando espaço para práticas promotoras de saúde. Enquanto operacionalizam os princípios da Atenção Primária à Saúde (APS), as equipes de Saúde da Família colaboram para os avanços do SUS, especialmente pelo caráter interprofissional do trabalho na APS.

Condicoes-Trabalho-Profissionais-Enfermagem
Apesar do otimismo que envolve o SUS, é necessário ampliar o debate acerca de características que precisam avançar em busca de resolutividade. Dentre elas, as condições de trabalho dos profissionais das equipes de APS são tema recorrente e seguem marcadas por questões de ordem organizacional (gestão), estrutural (ambientes físicos) e políticas. O trabalho na APS é, portanto, complexo e apresenta inúmeros desafios para os profissionais que o executam. Os enfermeiros são responsáveis por diversas atribuições, incluindo práticas clínicas-assistenciais nos níveis individual e coletivo e responsabilidade sanitária pelo território adstrito. Em muitos casos, acumulam atividades de gerenciamento da unidade de saúde, das equipes de trabalhadores e respondem pela vigilância em saúde.
Com os avanços do SUS, vem ocorrendo uma expressiva expansão da cobertura populacional por equipes de Saúde da Família e atualmente abrange mais de 60,0% da população brasileira. Entre os anos de 2013 e 2019 houve um aumento de 11,3% na cobertura por equipes de Saúde da Família em todo o país. Não obstante, o aumento nas capitais e no Distrito Federal foi de 25,3% para o mesmo período, variando de 8,1% nas capitais da região Norte a 38,9% no Sudeste. Apesar do expressivo incremento na cobertura dos serviços de APS, em especial nos centros urbanos e metrópoles, é importante lembrar que indicadores de cobertura são limitados quanto a avaliações qualitativas. Além da expansão da cobertura populacional por equipes de Saúde da Família, são necessários investimentos para que a APS promova impactos positivos na qualidade de vida da população.
Neste complexo cenário, as condições de trabalho dos profissionais da APS seguem comprometidas, em maior ou menor grau, a depender dos contextos em que se encontram. O estudo objetiva analisar a categoria “Condições de trabalho” oriunda da pesquisa “Práticas de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde: estudo nacional de métodos mistos”, com foco nas capitais da região Sudeste do Brasil.
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