Avaliação do Autocuidado de Mulheres Com Câncer de Mama à Luz da Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem

1 de outubro de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Avalia o autocuidado de mulheres com câncer de mama em tratamento ambulatorial à luz da Teoria de Dorothea Orem.


O objetivo desse estudo consiste em avaliar o autocuidado de mulheres com câncer de mama em tratamento ambulatorial à luz da Teoria de Dorothea Orem.

Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo, exploratório e transversal, realizado no ambulatório de oncologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, serviço de referência que oferece atendimento de mastologia e oncologia especializado em Recife–PE-Brasil, no período de agosto a outubro de 2022.

A amostra foi constituída por 60 mulheres cadastradas no referido ambulatório. Foram incluídas na pesquisa aquelas com diagnóstico clínico de câncer de mama em tratamento, com idade entre 30 a 69 anos e excluídas mulheres gestantes, com ostomias, que não obtiveram pontuação mínima no Mini Exame do Estado Mental e com deficiência auditiva devido ao não domínio da Língua Brasileira de Sinais pela pesquisadora. Para coleta de dados, foi utilizado dois instrumentos: um questionário de caracterização sociodemográfica e o instrumento de avaliação do autocuidado. A análise dos dados foi descritiva e analítica, por meio de frequências relativa a absoluta e medidas de tendência central e utilizado o Qui-Quadrado de Pearson e o Teste Exato de Fisher para análise bivariada. Os resultados foram discutidos à luz da Teoria de Dorothea Orem.

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de ética da Universidade Federal de Pernambuco e os preceitos éticos da Resolução No 466/2012 foram respeitados integralmente. Os resultados evidenciam que a média de idade foi de 54 anos, com predominância de mulheres padas (55%), casadas (40%), católicas e evangélicas (43,3%), ensino fundamental incompleto (30%), moram acompanhadas (90,1%), aposentadas ou não tem renda própria (21,7%), com renda familiar de até 1 salário-mínimo (51,7%), não praticam atividade física (66,7%), diagnosticadas há < 01 ano (75%) e estavam realizando quimioterapia (48,4%). Metade delas é totalmente independente para realizar seu autocuidado (50%) e a outra metade tem algum déficit de autocuidado – necessita de apoio ou pequena ajuda (45%), necessita de ajuda moderada a grande (5%). Houve associação significativa nas variáveis: religião (p-valor=0,013), efeitos colaterais relacionados ao sistema gastrointestinal (p-valor= 0,003), pele (p-valor=0,019) e sistema musculoesquelético (p-valor=0,013).

Portanto, Orem destaca a necessidade de envolvimento do paciente no seu cuidado, para viabilizar que indivíduos e redes de apoio tenham responsabilidade e autonomia em relação ao autocuidado visando a melhoria do bem- estar e qualidade de vida.

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