Desenvolve aplicativos móveis para subsidiar a avaliação clínica, a beira leito, de enfermeiros em pacientes hospitalizados.
O Processo de Enfermagem (PE) se caracteriza como um dos instrumentos metodológicos utilizados para sistematizar a assistência de enfermagem. Proporciona cuidado planejado individualmente, considerando as dimensões humanas – física, psicológica, social e espiritual. Ademais, contribui com a equipe de enfermagem na abordagem coerente das necessidades e respostas apresentadas pelos pacientes, representando método que permite o raciocínio clínico, bem como o monitoramento e a avaliação das ações de cuidados implementadas.
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Resolução 358/2009, determina a utilização do PE nos ambientes públicos ou privados, em que os cuidados de enfermagem são realizados. Essa Resolução define, ainda, as cinco etapas inter-relacionadas do PE, a saber: I – coleta de dados de enfermagem (ou histórico de enfermagem), II – diagnóstico de enfermagem, III planejamento de enfermagem, IV – implementação, V – avaliação de enfermagem.
Considerou-se que a primeira etapa desse processo se caracteriza pela avaliação clínica do paciente, incluindo o histórico/anamnese e o exame físico. Nesta etapa, o enfermeiro realiza a interpretação e o agrupamento dos dados, para tomada de decisão quanto ao planejamento do cuidado.
No entanto, observa-se a dificuldade de os enfermeiros assumirem o PE como instrumento metodológico indispensável para o planejamento do cuidado, tendo como pressuposto que um dos fatores pode estar relacionado a modelos frágeis de avaliação de pacientes, específicos para enfermeiros.
Como forma de melhorar a realização dos cuidados, os enfermeiros podem utilizar-se de tecnologias, como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Os benefícios potenciais encontrados na inserção dessas tecnologias na saúde podem ser vistos por meio do retorno positivo de investimentos, da eficiência na comunicação, da coordenação de cuidados no contexto da prática clínica e, especialmente, dos resultados na prestação de cuidados aos pacientes crônicos.
Isso motivou um grupo de pesquisadores do Programa de Mestrado Profissional da Universidade Federal do Paraná (UFPR) a desenvolver uma tecnologia assistencial para subsidiar enfermeiros da prática clínica, na operacionalização do Processo de Enfermagem, que contemplasse um modelo de avaliação, considerando a dinâmica do processo de trabalho de enfermeiros.
Com a intenção de contribuir para operacionalização da primeira etapa do Processo de Enfermagem, aqui denominada avaliação clínica e, consequentemente, na consolidação da SAE, esta pesquisa objetivou desenvolver aplicativos móveis para subsidiar a avaliação clínica, a beira leito, de enfermeiros em pacientes hospitalizados. Isso poderá contribuir para operacionalização da primeira etapa do Processo de Enfermagem, cumprindo com a Resolução 358/2009 COFEN, que determina a utilização do PE em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem.