Autopercepção Distorcida e Insatisfação Com a Imagem Corporal Entre Estudantes de Enfermagem

18 de agosto de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Avalia autopercepção distorcida e insatisfação com a imagem corporal em estudantes de Enfermagem.


Em meio à crescente pandemia mundial de sobrepeso e obesidade, responsável por milhões de mortes em todo o mundo, intensifica-se o culto ao corpo e à aparência, com exigência de valores antropométricos cada vez menores. Assim, o corpo perfeito divulgado pela mídia, principalmente na televisão e internet, é almejado pela população, especialmente adolescentes e jovens.

Autopercepção Distorcida e Insatisfação Com a Imagem Corporal Entre Estudantes de Enfermagem

Autopercepção Distorcida e Insatisfação Com a Imagem Corporal Entre Estudantes de Enfermagem. Foto: Divulgação

Imagem corporal é o conceito que cada pessoa tem sobre seu próprio corpo, ou seja, sobre características como tamanho, estrutura, forma e contorno, além dos sentimentos relativos a essas características. É composta por duas grandes dimensões: a perceptiva, que se refere à autopercepção quanto ao tamanho, formato e peso corporal; e a atitudinal, que envolve os componentes afetivo (sentimentos relacionados à própria aparência), cognitivo (pensamentos ou crenças sobre o corpo), comportamental (ações e condutas relativas ao corpo) e satisfação (apreciação que tem de si mesmo em relação ao corpo). Além de ser influenciada por aspectos intrínsecos, como sexo e idade, sofre influência de determinantes extrínsecos, como a percepção de familiares e amigos, valores culturais e mídia. Assim, a imagem corporal é determinada socialmente e sofre influências sociais que se mantêm por toda a vida, de forma que a imagem corporal não é fixa ou estática, podendo modificar-se a depender da experiência vivida.

Imagem Corporal Entre Estudantes de Enfermagem

A avaliação da imagem corporal de estudantes universitários tem sido objeto de estudos nacionais e internacionais, pois alterações biológicas e instabilidade psicossocial, inerentes ao final da adolescência e início da juventude, se somam às exigências e demandas da vida universitária. Tal contexto, aliado ao padrão de magreza e de boa forma divulgado pela mídia e redes sociais, torna esse grupo vulnerável à percepção distorcida e insatisfação com a imagem corporal. Revisão de literatura apontou elevada amplitude de insatisfação com a imagem corporal em universitários de ambos os sexos, com variação de 5% a 87% nos estudos nacionais e internacionais, e associação com exposição à mídia e redes sociais, sexo feminino e baixa autoestima.

A autopercepção distorcida e a insatisfação com a imagem corporal podem ter como consequência a adoção de comportamentos de risco à saúde, como dietas de restrição, jejuns prolongados e indução de vômitos, que indicam tendência para transtornos alimentares.

Embora não tenha se observado diferença significativa na frequência de insatisfação corporal entre estudantes de diferentes cursos da área da saúde, considerou-se fundamental avaliar autopercepção distorcida e insatisfação com a imagem corporal de estudantes de enfermagem, futuros profissionais que terão como responsabilidade a promoção da saúde da população e que, portanto, estarão sujeitos a expectativas sociais e expostos a críticas sobre seu peso e sua forma física.

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