Associação Entre a Via de Parto e o Perfil Obstétrico de Parturientes

17 de fevereiro de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Verifica a associação entre via de parto e perfil obstétrico das parturientes atendidas em uma unidade hospitalar referência em ginecologia e obstetrícia.


Estima-se que cerca de 3 milhões de nascimentos ocorrem a cada ano no Brasil, com percentual de 98% de partos realizados em hospitais públicos ou privados. O contexto hospitalar se caracteriza pelo uso de várias tecnologias e realização de procedimentos invasivos. O nascimento, dentro deste contexto, é visto como mais seguro tanto para a mulher, quanto para o bebê. No entanto, é imprescindível que a escolha da via de parto considere os benefícios para a saúde e seus possíveis riscos, de forma claramente informada e compartilhada entre a gestante e a equipe de saúde.

Um número crescente de mulheres tem solicitado o parto cesariano de forma eletiva. No Brasil, as taxas de cesariana aumentaram significativamente nas últimas décadas, tendo sido aprovadas 694.048 autorizações de internação hospitalar (AIH) para parto cesariano eletivo na rede pública, no ano de 2019. Entretanto, algumas complicações maternas agudas foram associadas à cesárea sem indicação clínica, destacando-se maior chance de infecção pós-parto e de morte materna quando comparado ao parto vaginal.
Em geral, as preferências pessoais de obstetras e pacientes em relação à escolha da via de parto despontam em relação a fundamentos técnico-científicos e contribuem para o aumento do índice de partos cesarianos. Apesar da autonomia da mulher na escolha da via de parto ser de fundamental importância no contexto de uma atenção humanizada, existem fatores sociais, econômicos e culturais, além de fatores técnicos, que podem influenciar esta orientação. A enfermagem obstétrica tem ganhado espaço nas políticas públicas de saúde devido ao seu olhar qualificado, humanizado no processo de parturição, com utilização de boas práticas no parto, e aplicação de esforços para que flua naturalmente sem necessidade de intervenções dispensáveis.
A participação da enfermagem obstétrica, assim como as propostas de transformação das práticas na assistência ao parto, tem sido marcada por mudanças para um modelo menos intervencionista. Assim, conhecer a realidade e as características em que os partos e nascimentos acontecem configura-se como a primeira etapa na realização de mudanças sobre a assistência à saúde materno-infantil.

Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar a associação entre a via de parto e o perfil obstétrico de parturientes atendidas em uma unidade hospitalar referência em ginecologia e obstetrícia.
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