Assistência de Enfermagem às Mulheres em Situação de Violência Durante a Pandemia da Covid-19

30 de agosto de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Conhece as adaptações realizadas pela Enfermagem no atendimento às mulheres em situação de violência devido à pandemia da Covid-19.


A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, mais conhecida como Convenção de Belém do Pará, definiu a violência contra mulher como qualquer ação ou conduta, pautada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher no âmbito público ou no privado. Enquanto a Organização Mundial de Saúde a define como toda ação ou omissão baseada no gênero que ocasione morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico, dano moral ou patrimonial, ocorrida no âmbito doméstico, da família ou em qualquer relação íntima de afeto.

Assistência de Enfermagem às Mulheres em Situação de Violência Durante a Pandemia da Covid-19

Assistência de Enfermagem às Mulheres em Situação de Violência Durante a Pandemia da Covid-19

No mundo, uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual por parte do parceiro íntimo ou de qualquer outro agressor no decorrer da vida, sendo que na maioria dos casos o agressor é o parceiro íntimo. No Brasil, convive-se com altas taxas de violência às mulheres, cujas causas são estruturais e consequências das desigualdades sociais e do poder pautados em raça e gênero.

A violência contra às mulheres tende a aumentar durante emergências de qualquer natureza. Nesse sentido, a pandemia da COVID-19 torna-se um risco. O novo coronavírus, denominado cientificamente de Sars-Cov-2, é um microorganismo causador da doença chamada COVID-19. O principal modo de transmissão do vírus é por contato com indivíduos infectados, por meio da inalação de gotículas e secreções das vias respiratórias. O Sars-Cov-2 também pode estar presente nas fezes e em objetos utilizados por pessoas infectadas pelo vírus.

Com o rápido avanço da transmissão da COVID-19 e o elevado índice de mortalidade, medidas de controle social como o distanciamento social, isolamento de casos e quarentena de conflitos, foram recomendadas para interromper o ciclo de transmissão da doença. Sendo estas medidas efetivas, recomenda-se a sua implementação viabilizadas por meio da adoção de políticas públicas que dão suporte a implementação e manutenção destas ações.

Mulheres em Situação de Violência

Com as medidas de distanciamento social houve um avanço no número de casos de violência contra à mulher. De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a média diária de ligações recebidas pelo canal de denúncia a violência à mulher, Ligue 180, foi de 3.045 ligações e 829 denúncias entre os dias 1 e 16 de março, contra 3.303 ligações e 978 denúncias, entre os dias 17 e 25 do mesmo mês.

Durante o distanciamento social imposto pela pandemia da COVID-19, o tempo de exposição e contato com o possível agressor aumenta, uma vez que a família passa a ter uma convivência mais intensa, além de que alguns fatores sociais como o estresse e a perda do emprego ou renda que podem potencializar os conflitos. As mulheres também podem ter menos contato com amigos e familiares que poderiam ajudá-las na situação de violência.

Os perpetradores de abusos podem utilizar-se das restrições instituídas para o combate da COVID-19 para exercer poder e controle sobre as suas companheiras, reduzindo ainda mais o acesso dessas mulheres aos serviços de saúde e a busca por apoio, seja em rede formais e informais. Diante disso, questiona-se: quais são as principais mudanças da enfermagem acerca da assistência de enfermagem às mulheres vítimas de violência causadas pela pandemia da COVID-19? O objetivo dessa pesquisa foi conhecer as adaptações realizadas pela enfermagem para o atendimento às mulheres em situação de violência devido a pandemia da COVID-19

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