Assistência de Enfermagem às Adolescentes Gestantes Sob a Ótica de Callista Roy

16 de junho de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Reflexão sobre o potencial de utilização da Teoria de Adaptação de Callista Roy no cuidado de enfermagem à adolescente gestante.


No início da vida reprodutiva, a maternidade pode ameaçar o bem-estar e o futuro das adolescentes, em razão dos riscos físicos, emocionais e sociais, podendo estar associada à pobreza, à baixa escolaridade e a resultados perinatais negativos, contribuindo para a perpetuação do ciclo de pobreza. A gravidez demanda uma condição amadurecida, estável e estruturada em termos econômicos, profissionais e pessoais, elementos dificilmente encontrados na adolescência.

Gravidez na adolescência

A descoberta da gestação pode representar para a adolescente um momento de conflitos, ansiedades e angústias, na medida em que passa a conviver com dois eventos estressores: a adolescência e a gestação. A responsabilidade precoce imposta pela gravidez, associada a um processo de amadurecimento que ainda está se iniciando, resulta em uma adolescente pouco preparada para assumir as responsabilidades psicológicas, sociais e econômicas que
envolvem a maternidade e a constituição de uma família não
planejada.

Gravidez na adolescência

No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), as ações de planejamento familiar são desenvolvidas principalmente no contexto da Estratégia Saúde da Família (ESF). Esse planejamento constitui um elemento de prevenção essencial na Atenção Primária à Saúde, e a enfermeira membro da equipe atua nesse planejamento, por ser uma das profissionais de maior contato com as famílias. No contexto da adolescência, entretanto, o problema do planejamento familiar é grande, visto que os serviços de saúde não são organizados para esse tipo de atendimento com aquele grupo. Além disso, a procura de adolescentes para anticoncepção é pequena e, quando as adolescentes chegam às unidades de saúde, comumente, é porque já estão grávidas e querem iniciar o pré-natal.

O adolescente tem direito a uma vida sexual e deve tomar suas próprias decisões, conscientemente, baseadas no conhecimento. Para que isso aconteça, entretanto, é necessário que os profissionais de saúde assistam a esse público de acordo com suas características, garantindo lhes condições de acesso aos serviços de saúde, educação em saúde e contracepção.

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