Aplicabilidade Prática de Parâmetros Clínicos Utilizados Pelo Enfermeiro na Monitorização de Pacientes Em Ventilação Mecânica

17 de setembro de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Descreve os parâmetros validados por enfermeiros relacionando com a sua prática assistencial na monitorização de pacientes críticos sob ventilação mecânica.


A ventilação mecânica invasiva tem por finalidade propiciar a adequada troca de gases, minimizar o esforço da musculatura respiratória e reduzir a demanda metabólica, podendo substituir a ventilação espontânea de forma parcial ou integral. Ela se faz necessária ao indivíduo diante de uma indicação clínica de suporte ventilatório invasivo, seja pela evolução de uma doença ou um procedimento cirúrgico, por exemplo. Esta tecnologia deve ser utilizada, idealmente, em indivíduos internados em unidades de terapia intensiva, por equipe multiprofissional devidamente treinada, dotada de conhecimento especializado e de uma prática baseada em evidências.

Foto: Prefeitura Sorriso-MT.

Entre os profissionais que compõem a equipe multiprofissional das unidades de terapia intensiva, evidencia-se o enfermeiro, que tem em sua prática assistencial a função de prescrever e realizar os cuidados de enfermagem. Destacase, neste contexto, a avaliação das intervenções prescritas, que, por sua vez, precisam remeter às atribuições normatizadas pelo seu conselho profissional. Em maio de 2020, o Conselho Federal de Enfermagem publicou a Resolução No. 639, que versa sobre as “competências do enfermeiro no cuidado aos pacientes em ventilação mecânica no ambiente extra e intra-hospitalar”. Nesta, cabe privativamente ao enfermeiro, no âmbito da equipe de enfermagem, a monitorização da ventilação mecânica. Isto implica que permite a este profissional a interpretação e o manuseio dos parâmetros clínicos relacionados à ventilação mecânica.

Entre as competências necessárias ao enfermeiro para assistir a um indivíduo ventilado mecanicamente, a monitorização pode ser realizada por meio de parâmetros obtidos direta ou indiretamente, durante a assistência. Por exemplo, volume corrente, fluxo e pressão do sistema respiratório, resistência das vias aéreas e complacência pulmonar, podem ser obtidos através de um monitor gráfico e um sensor de fluxo acoplado às vias aéreas artificiais ou do pneumotacógrafo. Salienta-se também, outros parâmetros referentes à mecânica pulmonar e a análise oximétrica e respiratória com avaliação da gasometria arterial e capnografia.
Considerando a necessidade de monitorização da ventilação mecânica de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem, fica a dúvida sobre quais parâmetros devem ser monitorizados pelo enfermeiro. Cabe salientar que a própria Associação de Medicina Intensiva Brasileira publicou em 2014 “Os Dez Pontos Chaves para a Ventilação Mecânica Segura”, apresentando metas a serem alcançadas, com vistas à melhoria da qualidade e da segurança. Atendendo, portanto, a estas recomendações, um instrumento com parâmetros ventilatórios foi proposto, visando o seu uso na prática assistencial do enfermeiro ao paciente em ventilação mecânica.
Para tanto, se tem por objetivo neste estudo, descrever os parâmetros validados por enfermeiros relacionando com a sua prática assistencial na monitorização de pacientes críticos sob ventilação mecânica.
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