Analisa o fluxo de problemas, soluções e políticas no enfrentamento a epidemia pela COVID-19, com base no Modelo de Múltiplos Fluxos de Kingdon.
A periculosidade da COVID-19 associa-se a sua alta transmissibilidade e fácil disseminação, ocasionando Síndrome Respiratória Aguda Grave com potencial de mortalidade por danos alveolares maciços e insuficiência pulmonar progressiva. Assim, o enfrentamento desta epidemia tem produzido fortes desafios aos líderes de estado, gestores, profissionais de saúde e população em geral, posto ao desconhecimento real da problemática.
Frente a estes desafios, o estado do Ceará tem demonstrado iniciativas significativas para o enfrentamento da situação sanitária em seu território, uma vez que este já encontra-se em situação de emergência, junto a São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Amapá e Distrito Federal, estando em terceiro lugar em número de casos confirmados da doença no país.
Sabe-se que há influência de forças diversas no desenvolvimento de políticas públicas de saúde e tomada de decisões no âmbito do SUS, permeadas por ambiguidade, incertezas e conflitos entre valores e interesses de grupos de escolha, já comuns e agora acentuados frente a progressão da pandemia. Questiona-se, então: como o Ceará tem lidado com a crise sanitária pela COVID-19 e quais as forças mobilizadas neste processo?
Conhecer o fluxo de forças envolvidas na estruturação de políticas de saúde e tomadas de decisão frente a pandemia da COVID-19 possibilita aproximar-se dos problemas existentes, das soluções já reconhecidas e adotadas e do processo político que permeia o enfrentamento da crise, viabilizando a análise da situação apresentada em comparação com outras realidades e, deste modo, contribuir na definição e divulgação de novas estratégias.
Assim, objetivou-se analisar o fluxo de problemas, soluções e políticas no enfrentamento à epidemia pela COVID-19 no Ceará, com base no Modelo de Múltiplos Fluxos de Kingdon.