Alta Responsável: Tecnologia Educacional Para Pacientes e Cuidadores

11 de abril de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Vídeos digitais disponíveis on-line com as orientações dos cuidados pós-alta de pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoéticas.


Alta hospitalar responsável é definida como a transferência do cuidado realizado por profissionais da área da saúde, no período de hospitalização, para o próprio paciente e seus familiares/cuidadores.

Alta responsável : tecnologia educacional para pacientes e cuidadores

As orientações de alta hospitalar são especialmente importantes no processo do transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) pelo fato de que o completo reestabelecimento das funções de medula óssea ocorre, em média, 100 dias após o transplante, – período em que o paciente se encontra em tratamento ambulatorial -. A adesão do paciente aos cuidados, após a alta hospitalar, miniminiza complicações e as chances de reinternamento.

Objetivo: produzir vídeos digitais disponíveis on-line com as orientações dos cuidados pós-alta de pacientes submetidos a TCTH. Método: pesquisa aplicada de produção tecnológica desenvolvida em um hospital de ensino. A produção dos vídeos se deu em três fases. Na primeira, denominada préprodução, elaborou-se o roteiro dos vídeos a partir das orientações contidas no manual de alta hospitalar utilizado no local de pesquisa. Esse conteúdo foi atualizado mediante consulta à literatura científica, as orientações dos centros nacionais e internacionais de TCTH disponíveis na internet e aos profissionais da equipe multidisciplinar que atuam no campo da pesquisa. Na segunda fase, produção, o roteiro foi validado pelos profissionais que assistem os pacientes transplantados. As narrações foram captadas e editadas por um técnico de áudio. Em seguida, elaboraram-se os storyboards e selecionaram-se as imagens para a criação dos vídeos, os quais foram editados no aplicativo on-line ANIMAKER. Na terceira etapa, pós-produção, os vídeos foram validados por um grupo de juízes, constituído por profissionais com expertise em TCTH, atuantes no campo da pesquisa. Após aprovação dos juízes, os vídeos foram inseridos em um canal do Youtube.

Resultados: Produziram-se 15 vídeos, com duração média de 3 minutos e 47 segundos. Os temas abordados foram: Adaptação ao período pós-alta hospitalar; lavagem de mãos; prevenção de infecções e sangramentos; cuidados com o corpo, com os dentes e a boca e cateter de Hickman; Vida sexual após o transplante; Limpeza dos ambientes e roupas; Doença do enxerto contra o hospedeiro; Visitas; Vacinas e medicamentos.

Conclusão: Foi possível produzir a tecnologia proposta por meio da produção de quinze vídeos, os quais abordam cuidados essenciais para preparar pacientes submetidos ao TCTH e seus familiares para a alta hospitalar. Segundo a avaliação dos juízes, a tecnologia desenvolvida é apropriada para viabilizar a prática da alta responsável, conforme preconiza o Ministério da Saúde. O fato de um enfermeiro ser o responsável por todas as fases de elaboração desta tecnologia educacional reduziu custos e o tempo de produção. Pode ser viável tanto para instituições carentes de recursos financeiros quanto para situações emergenciais como, por exemplo, surtos de doenças transmissíveis. A tecnologia pode auxiliar os pacientes e seus cuidadores a assumirem os cuidados pós-alta hospitalar após o TCTH, sendo acessível também para deficientes visuais, já que todo o conteúdo é narrado e, para deficientes auditivos, pela visualização de legendas no Youtube.

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