Aferição da Circunferência da Panturrilha no Rastreio da Sarcopenia Em Idosos

5 de julho de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a prática do enfermeiro da atenção primária à saúde acerca da aferição da circunferência da panturrilha no rastreio da sarcopenia em idosos.


Nos últimos anos, tem-se constatado o envelhecimento da população, em que se observa a inversão da pirâmide etária, com estreitamento de sua base e ampliação do topo. No mundo, em 1950, o número de idosos com 60 anos ou mais era de 202 milhões, passou para 1,1 bilhão em 2020 e deverá alcançar 3,1 bilhões nas próximas décadas. No Brasil, estima-se que, em 2031, o número de idosos ultrapasse o de jovens, com 102,3 idosos para cada 100 jovens, ou seja, haverá 42,3 milhões de jovens (15-24 anos) e 43,3 milhões de idosos.

Foto: Internet.

A sarcopenia, ganha destaque como uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) que acomete a população idosa, caracterizada pelo declínio, progressivo e generalizado, da massa e da força muscular. Diante disso, o idoso se torna mais vulnerável a quedas, além de apresentar dificuldade em realizar as atividades de vida diária. Ademais, é frequentemente associada a hospitalizações, fraturas, mortalidade e diminuição da Qualidade de Vida (QV).
Estimativas apontam que 15 a 20% da população idosa mundial tenha sarcopenia, esse percentual pode afetar mais de 50% dos idosos acima dos 80 anos. No Brasil, a prevalência de sarcopenia é superior a 30% e aumenta com a idade. Demonstra-se que ser do sexo masculino, ter mais de 75 anos e baixo peso, aumenta o risco de desenvolver a doença.
O crescimento da população idosa, traz consigo, desafios a serem superados pelo sistema de saúde e pela previdência social. Com o envelhecimento, verifica-se o incremento das DCNT e do declínio da capacidade funcional, apontando para o aumento das demandas por assistência à saúde, ao passo que torna o cuidado mais oneroso e especializado.
Nas últimas duas décadas, vários critérios diagnósticos têm sido discutidos para identificar a sarcopenia. Evidências cientificas tem demonstrado que seu rastreio adequado, auxilia a planejar intervenções, prevenir ou minimizar os resultados adversos, ao passo que reflete a diminuição dos custos aos serviços de saúde.
Em 2010, O European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP1), apontou a medida da Circunferência da Panturrilha (CP), como eficaz na identificação da sarcopenia, apontando que essa correlação, provavelmente, se deve à relação entre a massa muscular e o estado nutricional. Além disso, foi apresentado que idosos com a CP menor que 31cm, possuíam maior risco de terem comprometimento da mobilidade ou incapacidade funcional.
A compreensão sobre a sarcopenia, pelos enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS), possibilita o desenvolvimento de ações de rastreamento e promoção da saúde do idoso. Em que, o enfermeiro poderá usar seus conhecimentos científicos sobre a prática do cuidar, e incorporar o rastreio da sarcopenia, por meio da avaliação da CP, em suas práticas clínicas, tendo em vista que esse é o instrumento disponível no ambiente da APS e que o diagnóstico precoce possibilita a instituição de intervenções precoces, minimizando seus resultados adversos.
Diante do cenário atual de envelhecimento da população e do impacto que a sarcopenia causa na QV do idoso, é notória a necessidade de rastreá-la. Ademais, compreende-se que os resultados desta pesquisa podem produzir informações que proporcionem a incorporação da temática nas políticas destinadas a pessoa idosa. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo analisar a prática do enfermeiro da atenção primária à saúde acerca da aferição da circunferência da panturrilha no rastreio da sarcopenia em idosos.
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