Trabalhando Com a Loucura: a Enfermagem no Instituto Psiquiátrico Forense

12 de junho de 2018 por filipesoaresImprimir Imprimir


A equipe de enfermagem que atua no Instituto Psiquiátrico Forense gosta de trabalhar neste local, mas explica que as características do lugar e a forma de tratamento dos sujeitos ali internados são fatores desencadeantes de sentimentos tanto positivos quanto negativos frente a situações vividas.

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A Enfermagem tem noção que tem muito que evoluir quanto a sua inserção em uma instituição manicomial de custódia, mas também consegue ir além e compreender que o cuidado não deve seguir o modelo clássico de tratamento ao doente mental,
o qual possui um caráter segregador e excludente. Esta equipe consegue, de uma maneira bastante singular e tímida, realizar uma intervenção junto aos sujeitos acometidos por alguma patologia mental que cometeram delitos contra a vida de outras pessoas, apesar de não obterem, muitas vezes, suporte material, físico, humano e de um profissional que esteja diariamente supervisionando suas atividades, o enfermeiro.

Enfermagem Psiquiátrica: novo campo de atuação na Enfermagem

A atuação da enfermagem psiquiátrica num Manicômio Judiciário está tomando proporções cada vez mais significantes, mas singulares, no que diz respeito a um novo campo de atuação ainda pouco explorado. A psiquiatria em si possui uma carência de profissionais que pode estar relacionado à falta de conhecimento científico, por parte da equipe de saúde, em especial pelo fato destes trabalhadores terem uma formação profissional fragilizada no decorrer de seus cursos de graduação, em relação aos aspectos vinculados à área da psiquiatria/saúde mental.

O gosto pela enfermagem psiquiátrica tem despertado interesse na medida em que os paradigmas em relação à loucura estão modificando. Enquanto alguns exercem a profissão por obrigação, outros dedicam suas vidas e a sua profissão para assistir este contingente populacional, ainda bastante excluído pela nossa sociedade e pela própria enfermagem. Alguns dos entrevistados conseguem transmitir a realização profissional e a satisfação em trabalhar com doentes mentais, além do comprometimento com os mesmos, falando de uma prática de
enfermagem holística.

A rotina de trabalho da equipe de enfermagem deste estudo é centrada na administração da medicação. Tal prática é realizada, frequentemente, pela falta de outros recursos para o desenvolvimento de atividades sócio recreativas ou de convivência com os internos. Os trabalhadores possuem um bom vínculo afetivo com os internos, representando um ponto relevante no que tange a reabilitação psicossocial dos doentes mentais que cometeram algum delito.

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