Qual a Dor do Morador de Rua?

18 de junho de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Conhece a prevalência da dor nos mora(dores) de rua do centro de São Paulo, caracterizá-la e conhecer suas implicações nas atividades de vida diária (AVDs) que compõem o Inventário Breve de Dor (BPI).


A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como o completo bem estar físico. Mental e social e não a mera ausência de doenças. Essa definição parece inatingível para a maioria dos indivíduos. Onde o completo bem estar escapa às possibilidades das imperfeições humanas. Bem como o não acesso às condições viáveis de existência, que comprometem a qualidade de vida e de saúde.

Qual a Dor do Morador de Rua?

Qual a Dor do Morador de Rua?

Por isso, utilizamos neste estudo, a definição de saúde como sendo a capacidade que o individuo tem de gastar e consumir a própria vida, uma vez que as condições de existência estão relacionadas ao meio, e este não é neutro, é fruto de um cenário sociocultural, econômico e político, gerador de iniquidades, no qual, condições desfavoráveis agem diretamente sobre a manutenção de saúde.

O conceito de vulnerabilidade traz elementos abstratos que podem ser associados aos processos de adoecimento. A exposição a agravos de saúde resulta de aspectos individuais e coletivos que produzem maior susceptibilidade às doenças e à morte. A vulnerabilidade é um indicador da iniquidade e da desigualdade social.

Populações vulneráveis

As populações vulneráveis têm um déficit nos serviços públicos de saúde por estes não terem a clara percepção dos reais problemas e respostas efetivas que possam aliviar o sofrimento e oferecer um cuidado integral à saúde dessas populações. Ainda é necessário incorporar a visão de mundo desse grupo e buscar implementar políticas sociais como direito de cidadania.

Este estudo busca, portanto, de forma pioneira, iniciar um mapeamento (ainda que geograficamente restrito, mas relevante por estar localizado na região central da maior cidade do país e com significativo número de moradores de rua), para tornar “visível” a dor do morador de rua, por meio do conhecimento de sua prevalência, caracterização e impacto nos aspectos de suas atividades de vida diária, com vistas a oferecer subsídios para melhor avaliação e, consequentemente, melhorar o controle e tratamento pelas equipes de saúde que realizam seu cuidado.

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