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Não é Não!
25 de fevereiro de 2019 por filipesoares Imprimir
O Não é Não é um coletivo de mulheres criado em 2017 que discute e visa combater o assédio em todo o Brasil. A ideia era colar uma tatuagem temporária nas moças que fossem curtir a folia com uma frase direta: “Não é não!“. O projeto surgiu quando as amigas conversavam sobre uma triste e corriqueira realidade dos festejos brasileiros. Uma garota foi agarrada, tentou se desvencilhar e disse: “Não! Eu falei não, você não entende? Não é não!”.
O coletivo distribui tatuagens temporárias às mulheres no Carnaval criando uma rede de apoio e fortalecimento nacional.
Leia Mais:
Assédio é diferente de paquera!
Saiba identificar situações de assédio e a seguir o que fazer se você for vítima ou testemunhar algum caso:
- Beijo forçado
- Mão boba
- Puxar o cabelo
- Agarrar pelo braço
- Não aceitar rejeição e seguir insistindo
- Xingar de vagabunda ou outros termos
- pejorativos depois de finalmente desistir de te
agarrar
Todas essas situações e todo e qualquer toque não consentido podem ser classificados como crimes, que vão desde ameaça, lesão corporal ou importunação sexual.
Nossa liberdade de ir e vir, de nos vestirmos e nos comportarmos como quisermos ainda precisa ser reivindicada.
Os números da violência contra a mulher revelam que somos vítimas de comportamentos naturalizados que precisam ser combatidos. Entre eles o assédio, uma agressão e violência que precisa ser denunciada.
Como agir?
Aqui temos sugestões para blocos e coletivos agirem em casos de assédio no contexto do Carnaval, adequando o acolhimento à sua realidade.
- Acolher a vítima: entender o ocorrido, afastá-la do agressor.
- Não colocar vítima e agressor frente a frente. Essa é uma prática que preserva a segurança e imagem de quem precisa ser protegido.
- Não expor os detalhes do caso ou a identidade da vítima para os demais integrantes do bloco, mas não deixar de discutir sobre o tema, pois levantar essa pauta e provocar a reflexão por todos são meios de combate aos mais variados tipos de assédio.
- Encaminhar a vítima para equipamentos públicos que possam auxiliar o trato da situação.
- Conversar entre produção, banda e com a bateria, e se posicionar a respeito do assédio e outras agressões ao longo do ano. É preciso falar sobre assédio para coibí-lo.
- No início do cortejo dar orientações ao microfone sobre o combate ao assédio e sobre como o público deve agir caso ocorra algum episódio. Ex: parar o cortejo até que a vítima seja acolhida, todos em volta do agressor se abaixarem etc.
- Sugerimos que a equipe de apoio use apitos ou esteja identificada com algum elemento de fácil reconhecimento, como: blusa de uma cor específica, pulseiras ou o que melhor se adequar à realidade do bloco.
- Se a vitima não pode oferecer resistência, seja por estar inconsciente, embriagada ou drogada, é estupro.
- Se uma das partes, durante uma relação consentida, pede pra parar e o outro continua, é estupro.
- Ocorrendo violência física ou sexual, solicite a realização de um exame de corpo de delito ao delegado.
EMERGÊNCIA
- 193: Corpo de Bombeiros
- 192: SAMU
- 190: Polícia Militar
- 180: Central de Atendimento à Mulher
- 153: Guarda Municipal
Aos Homens
- Não assediem!
- Converse com seus amigos e ajude a coibir
ações de assédio ou agressão.
- Caso tome conhecimento de algum caso,
não tente resolver sozinho. Colabore para que
a denúncia chegue ao bloco.
- Antes de qualquer atitude, assegure-se de
que a violência tenha cessado: é preciso ter
atenção à vítima.