Lesão por Pressão Em Idosos Hospitalizados: Prevalência, Risco e Associação Com a Capacidade Funcional

4 de agosto de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Identifica em idosos hospitalizados a prevalência e os riscos para o desenvolvimento de lesão por pressão, além de verificar a associação com causas clínicas e capacidade funcional.


A Lesão Por Pressão (LPP) pode ser definida como um dano ocasionado na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento que ocasionalmente ocorre em pacientes imóveis, fator que contribui, principalmente, para o prolongamento significante da estadia hospitalar, morbimortalidade, incapacidade e dependência de cuidados prestados aos pacientes portadores desta, sendo assim considerada uma ferida crônica.

Lesão por Pressão Em Idosos Hospitalizados: Prevalência, Risco e Associação Com a Capacidade Funcional

Lesão por Pressão Em Idosos Hospitalizados: Prevalência, Risco e Associação Com a Capacidade Funcional. Foto: Divulgação.

O surgimento da lesão por pressão se dá a partir de determinantes etiológicos críticos, a intensidade, a duração da pressão e a fatores extrínsecos e intrínsecos, como: pressão prolongada sobre o tecido, fricção, cisalhamento e umidade, como também a idade, sensibilidade reduzida, imobilidade, nível de consciência alterado, distúrbios e alterações nutricionais, respectivamente.

Lesão por Pressão Em Idosos Hospitalizados

A pessoa idosa apresenta inúmeras mudanças corporais com o envelhecimento em que as modificações bioquímicas e moleculares acumulativas se tornam condições favoráveis ao desenvolvimento de danos teciduais crônicos. Associada a essa situação, pessoas idosas possuem maior chance de desenvolverem doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), as quais podem interferir na capacidade perceptiva, circulação sanguínea, oxigenação, mobilidade, nível de consciência, alteração dos níveis de eletrólitos e proteínas, condições tais que podem favorecer uma
internação hospitalar e maior risco para o desenvolvimento de lesões de pele. Como é o caso da lesão por pressão, em que no surgimento dessa lesão na população idosa tem-se maior probabilidade de desenvolver infecções e sepse, o que além de prolongar o tempo de internação e elevar o total das despesas com cuidados, aumenta a taxa de mortalidade decorrentes de tais fatores.

É da prática de enfermagem os cuidados com a integridade da pele e tecidos, incluindo, portanto, a prevenção da lesão por pressão, visto que esta se figura como um agravo árduo, de tratamento demorado e custos elevados. Logo, para minimizar a ocorrência de tais lesões é necessária a realização de uma adequada avaliação dos pacientes, sistematização da assistência de enfermagem (SAE) com a identificação dos riscos para o desenvolvimento dessa ferida, e, consequentemente, implementação de intervenções de enfermagem e da equipe multiprofissional para evitar complicações que poderão acometer o paciente com este tipo de lesão.

A enfermagem tem papel crucial na prevenção da lesão por pressão, em que a realização da avaliação diária da pele se faz necessária, associada a implementação de medidas preventivas eficazes e individualizadas. É imprescindível observar a multicausalidade dessa ferida, haja vista que a LPP funciona como um indicador de qualidade da assistência oferecida pelo serviço de saúde e tais indicadores são indispensáveis para a organização, planejamento, gerenciamento, avalição e controle das atividades realizadas, o que demonstra a importância e necessidade de indicadores nacionais no que tange à incidência e prevalência da LPP em nosso país, pois estes poderão monitorar e avaliar o impacto das ações da equipe de saúde, em especial a de enfermagem, no processo do cuidado com o paciente, bem como no que diz respeito a elaboração de políticas públicas de saúde.

Diante deste cenário, o objetivo deste estudo foi identificar em idosos hospitalizados a prevalência e os riscos para o desenvolvimento de lesão por pressão, além de verificar a associação com causas clínicas e capacidade funcional.

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