Ensino de Graduação em Enfermagem da Unicamp: Políticas e Práticas

6 de outubro de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa os limites e possibilidades no ensino de Graduação em Enfermagem na Unicamp.


Embora a primeira discussão sobre a necessidade de reforma curricular do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tenha ocorrido, por iniciativa de alunos, no ano de 1983, a implantação de um novo currículo de graduação ocorreu somente em 1997.

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Ensino de Graduação em Enfermagem da Unicamp: Políticas e Práticas.

Desde então, diversas reflexões acerca da operacionalização do novo currículo têm sido realizadas por docentes e alunos, tanto em espaços coletivos ampliados e institucionais quanto no cotidiano de ensino por pequenos grupos preocupados em identificar e analisar no próprio desenvolvimento do processo de mudança. Os produtos parciais de tal reforma.

Graduação em Enfermagem: políticas e práticas

Essas reflexões estimularam os autores a elaborar sete teses abaixo descritas, sempre compreendidas em sua íntima articulação embora abordadas separadamente, que expressam um esforço de sistematização teórica para auxiliar a análise crítica do ensino oferecido e, conseqüentemente, subsidiar eventuais medidas de intervenção no novo currículo. A divulgação de cada uma dessas teses tem se dado pela consideração dos autores acerca do nível de consistência teórica do trabalho de reflexão, ainda que sempre se admita seu caráter provisório.

Simplicidade & Complexidade: a noção de que a complexidade das ações de saúde e de enfermagem significa aquelas realizadas exclusivamente em serviços especializados é um mito que necessita ser desconstruído. A tarefa de promover saúde implica uma noção e uma prática complexa que demanda uma percepção ampliada de saúde e um trabalho interdisciplinar, socialmente comprometido e criativo, especialmente no tocante à atenção primária de saúde;

Fragmentação X Multiplicidade: o ser humano deve ser percebido nas suas múltiplas determinações, superando o enfoque fragmentário que se estrutura na perspectiva do modelo biomédico, com ênfase em órgãos e subsistemas orgânicos; Homogeneidade e Diversidade: tornar transparente as diferenças para superar aparentes homogeneidades, tanto em relação a quem é cuidado, quanto a quem se propõe a cuidar e ensinar o cuidado;

Público X Privado: as distinções fundamentais entre o sentido de público e privado devem ser recuperadas, tanto na esfera da macro-política quanto no ensino e na conformação do ensino das relações profissionais, acadêmicas e pessoais;

Políticas e Práticas: a análise dos limites e possibilidades das políticas em consideração às práticas de sujeitos concretos na conformação de uma dada realidade;

Competência Técnica (tecnicismo) e Reflexão Crítica: o domínio do saber e do saber fazer deve considerar tanto a aquisição de competência técnica quanto a reflexão crítica da prática que pressupõe uma revisão dinâmica dos modos de ensinar e de aprender;

Quantidade e Qualidade: problematizar a naturalização da equivalência desses conceitos é fundamental para a discriminação de interesses em jogo no entendimento de que a qualidade é medida apenas pela quantidade.

Esta reflexão tem por objetivo analisar os limites e possibilidades no ensino de Graduação em Enfermagem na Unicamp em consideração ao currículo implantado em 1997, à política nacional de educação, o projeto de reforma da previdência social e seus reflexos na universidade.

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