Desafios da Enfermagem Brasileira no Combate da COVID-19: Uma Reflexão

28 de agosto de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Reflete sobre desafios enfrentados pela Enfermagem brasileira no combate ao COVID-19.


O registro do primeiro caso confirmado da COVID-19 na América Latina foi no Brasil, em 25 de fevereiro de 2020, em um homem de 61 anos que havia viajado para a Itália recentemente. Em pessoas sem comorbidades, geralmente, a doença apresenta-se de maneira leve com um curso viral de 14 dias sem necessidade de internação hospitalar, no entanto, de acordo com o comportamento epidemiológico observado no continente asiático, europeu, americano e, atualmente, na América do Sul, indivíduos com doenças crônicas como hipertensão arterial sistêmica, diabetes melittus, respiratórias, cardiopatas, obesos, imunodeprimidos, idosos e gestantes são mais propensos a complicações decorrentes da doença, muitas vezes, necessitando de tratamento intensivo para suporte ventilatório artificial.

Desafios da Enfermagem Brasileira no Combate da COVID-19: Uma Reflexão

Desafios da Enfermagem Brasileira no Combate da COVID-19: Uma Reflexão.

A transmissão do vírus entre humanos ocorre por meio de gotículas respiratórias e em procedimentos geradores de aerossóis, como a intubação orotraqueal, além de contato físico com objetos contaminados. A partir da contaminação, indivíduos assintomáticos e sintomáticos podem transmitir a doença. Devido à alta transmissibilidade do vírus e a falta de recursos materiais no sistema de saúde, profissionais de Enfermagem que estão na linha de frente no atendimento à população, se depararam com condições precárias de trabalho, falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e muitos acabam se contaminando.

Desafios da Enfermagem

Ironia do destino fez com que essa pandemia surgisse no ano em que os profissionais de Enfermagem e obstetrízes são celebrados em todo o mundo, isto porque, 2020 foi escolhido pela OMS e pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) como o ano internacional dos profissionais de Enfermagem e obstetrízes. A campanha Nursing Now, de valorização da categoria profissional, lançada em Londres em fevereiro de 2018 e trazida para o Brasil em abril de 2019, finaliza este ano marcado pelo bicentenário do nascimento de Florence Nigthingale e pela pandemia da COVID-19. A mãe da Enfermagem contemporânea se destacou pelo seu trabalho realizado na guerra da Criméia e, tantos anos depois, a profissão se destaca em todo mundo por estar na linha de frente no combate à pandemia. Frente a todo contexto vivenciado pela categoria profissional, este artigo objetiva refletir sobre os desafios enfrentados pela Enfermagem brasileira no combate à COVID-19.

É inadiável a ampliação da segurança das equipes com a oferta de capacitações continua sobre colocação e retirada de EPI, descarte de resíduos, manejo de corpos e demais atividades de alta periculosidade. As instituições de saúde devem oferecer condições adequadas aos seus trabalhadores, não somente de infraestrutura material e pessoal, mas também ofertando uma rede de apoio, suporte psicológico, salas de descanso, formação de times de resposta rápida para recebimento de pacientes, e outras medidas que colaborem para a saúde física e mental desse trabalhador.

O cenário pandêmico acentuou os mais diversos riscos e problemas enfrentados diariamente pelos trabalhadores
da Enfermagem, entretanto, o compromisso com o cuidado biopsicossocial dos pacientes, família e comunidade sempre se mantém independentemente da situação vivenciada.

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