Constrói e investiga as propriedades psicométricas de uma escala que avalia a compreensão do paciente sobre orientações de alta.
Os problemas relacionados à segurança do paciente no ambiente hospitalar têm levado as organizações de saúde no mundo a investigar as causas, visando conscientizar os profissionais e propor medidas para reduzir os riscos de eventos adversos. Em 2000, o relatório “To Err is Human: building a safer health system” desperta a atenção das instituições de saúde sobre eventos adversos que poderiam ser evitados nos Estados Unidos da América. Diante dos resultados alarmantes, o tema ganhou relevância e em 2004 foi criada uma Aliança Mundial para a Segurança do Paciente que objetivou organizar os conceitos e definições sobre segurança do paciente e propor medidas para reduzir os riscos e eventos adversos.
No Brasil, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria No 529 de 1o de Abril de 2013, institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente, com intuito de contribuir para a qualificação do cuidado em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional e define segurança do paciente como redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. A partir de então foram traçadas ações para reduzir os riscos e difundiu-se o processo de acreditação em unidades de saúde, como por exemplo, em nível internacional a Joint Comission on Acreditation of Health care Organizations, que se baseia nas seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente.
Das seis metas elencadas. As instituições de saúde encontram dificuldades na comunicação segura como cultura a ser adotada para redução de eventos adversos relacionados à assistência. Comunicação efetiva pode melhorar o fluxo de informações e intervenções, aumentar a segurança, satisfação do paciente e diminuir o tempo de permanência hospitalar.
A construção e aplicação de protocolos que visam a avaliação mais global das situações vivenciadas pelos profissionais. Bem como programas de treinamento e educação adequados e eficazes. Tornam a comunicação mais eficaz nas organizações de saúde. O que melhora a segurança e aumenta a satisfação do paciente. A crescente importância da satisfação do paciente e exigidas pelos credenciamentos estão causando uma mudança na forma como os hospitais avaliam e gerenciam suas organizações de saúde.
Comunicação e segurança do paciente assumem particular importância em situações de transição do cuidado, como alta hospitalar. A alta hospitalar traz ao paciente. Sentimentos ambíguos. Tais como satisfação e medo. Satisfação pela recuperação e retorno para casa. E medo por sentir-se sem o suporte da equipe de saúde. Ao considerar que a continuidade dos cuidados será realizada em domicílio. A adequada orientação ao paciente em alta hospitalar é necessária para prevenir. Reduzir e detectar os riscos de eventos adversos.
A relevância deste estudo está na originalidade da proposta de construção e validação de um instrumento que utiliza como indicador o processo de comunicação centrada na percepção do paciente. Ao considerar a necessidade de instrumentos para avaliação da compreensão do paciente sobre orientações de alta. O presente estudo teve como objetivo construir e investigar as propriedades psicométricas da escala “Avaliação da compreensão do paciente sobre orientações de alta”.