Cicatrização e Tratamento de Feridas: a Interface do Conhecimento à Prática do Enfermeiro

15 de maio de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Determina o nível de conhecimento de enfermeiros sobre cicatrização e tratamento de feridas e avaliar a indicação e o tempo de permanência dos produtos utilizados no curativo.


A cicatrização de feridas é um evento complexo e dinâmico, que pode ser dividido em três fases, sendo elas, inflamatória, proliferativa e fase de remodelamento. Na fase inflamatória, ocorre a migração de neutrófilos e macrófagos para a área lesada; citocinas pró-inflamatória TGF-β, IL-1, IL-8, TNF-α e IFN-γ agem auxiliando na quimiotaxia celular e diferenciação de monócitos em macrófagos; na fase proliferativa, ocorre a fibroplasia, responsável pela deposição de colágeno, e inicia-se a angiogênese dando o aspecto de “tecido de granulação” à ferida, em seguida ocorre a reepitelização, caracterizada pela migração de queratinócitos não danificados das margens da ferida para o centro. Na última fase, o remodelamento, ocorre a deposição de colágeno do tipo I pelos fibroblastos e do aumento da força de contração das bordas, reestabelecendo a homeostase do organismo.

Cicatrização e Tratamento de Feridas: a Interface do Conhecimento à Prática do Enfermeiro

Cicatrização e Tratamento de Feridas: a Interface do Conhecimento à Prática do Enfermeiro.

No Brasil, em um hospital Universitário de Vitória, 92,7% dos enfermeiros tiveram o conhecimento classificado como inadequado. Recentemente, foi evidenciado que os enfermeiros de um Hospital Universitário do estado de Goiás avaliaram, principalmente, os parâmetros dor e sinais de infecção; assim, vários parâmetros importantes para o acompanhamento da evolução da ferida e para a indicação da terapia tópica não foram avaliados. Em outro hospital universitário, no estado do Rio de Janeiro, encontrou-se que enfermeiros possuem déficit de conhecimento relacionado à indicação de produtos para o tratamento de feridas.

Avaliação e tratamento de feridas

O julgamento clínico para a avaliação e tratamento de feridas deve ser fundamentado no conhecimento científico. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Resolução no 567, de 29 de janeiro de 2018, no artigo 3°, estabeleceu que cabe, ao enfermeiro, a avaliação, elaboração de protocolos, seleção e indicação de novas tecnologias em prevenção e tratamento de pessoas com feridas.

Apesar de existirem estudos evidenciando o conhecimento e práticas deficientes de enfermeiros no tratamento de feridas, há carência de estudos que avaliem onde estão as deficiências de conhecimento e se essa deficiência se reflete na indicação e manutenção de coberturas. O desvelamento dessa lacuna pode auxiliar a implementar melhorias na formação, já que estudos indicam que enfermeiros referem não ter obtido conhecimento suficiente para o cuidado de pacientes com feridas na graduação, e graduandos apresentam déficit de conhecimento no que tange à prevenção e tratamento de feridas.

Assim, estabeleceu-se como objetivos determinar o nível de conhecimento dos enfermeiros, que atuam no tratamento de feridas, sobre cicatrização, avaliação e tratamento de feridas e avaliar a indicação e o tempo de permanência dos produtos utilizados no tratamento.

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