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A Vivência do Enfermeiro Como Membro de Comissão de Ética de Enfermagem

As Comissões de Ética de Enfermagem como representantes dos Conselhos Regionais de Enfermagem [1] nas instituições de saúde possuem atribuições educativas, orientadoras e de vigilância do exercício profissional de Enfermagem.

A Vivência do Enfermeiro Como Membro de Comissão de Ética de Enfermagem. Foto: Divulgação.

A fim de compreender a vivência dos enfermeiros que atuam nas Comissões de Ética de Enfermagem, este estudo tem por objetivos: interpretar a vivência dos enfermeiros como membros de Comissão de Ética de Enfermagem em instituições de saúde; desenvolver um modelo teórico que explicite a vivência dos enfermeiros como membros de Comissão de Ética de Enfermagem em instituições de saúde e, propor contribuições para fortalecer a participação do enfermeiro como membro de Comissão de Ética de Enfermagem.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utiliza como referencial metodológico a Teoria Fundamentada nos Dados. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná, sob o número de parecer: 2.348.428, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sob o número de parecer: 2.555.080 e teve como instituição coparticipante o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná [2]. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada e observações em reuniões de Comissões de Ética de Enfermagem entre os meses de março a outubro de 2018. O primeiro grupo amostral foi constituído de seis enfermeiros membros de Comissões de Ética de Enfermagem. Posteriormente, foram realizadas duas observações em reunião de comissões distintas. O segundo grupo amostral foi composto por oito enfermeiros ex-membros de Comissões de Ética de Enfermagem. O terceiro grupo amostral foi constituído por quatro enfermeiros que já atuaram orientando as comissões no Conselho Regional de Enfermagem, totalizando 18 participantes.

A análise de dados seguiu as orientações da corrente glaseriana e foi utilizado o software NVivo® para sua organização. A interpretação do fenômeno deu-se por meio da elaboração do modelo teórico “A vivência do enfermeiro como membro de Comissão de Ética de Enfermagem”, emergido a partir da relação entre sete conceitos: Participando do processo de formação da CEE; Refletindo sobre a ética; Desenvolvendo-se na CEE; Qualificando a CEE; Atuando na CEE; Relacionando-se interprofissionalmente e Enfrentando dificuldades, que fundamentam o conceito central: “Vivenciando a CEE”.

Utilizou-se o código teórico proposto por Glaser, denominado “Família Interativa”, que propõe a ocorrência das relações de efeito mútuo, reciprocidade, trajetória mútua, interdependência e interação de efeitos entre os conceitos. O modelo teórico permitiu compreender a vivência do enfermeiro na CEE a partir da aproximação do profissional com a CEE, suas reflexões acerca da ética, a atuação propriamente dita, o desenvolvimento profissional decorrido da sua experiência e o enfrentamento de dificuldades.

O estudo oferece proposições para o fortalecimento da atuação do enfermeiro na CEE relativas à formação profissional, ao suporte do Conselho Regional de Enfermagem, sobre o processo de formação da CEE e sobre o apoio gerencial e institucional.

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